MICHAEL JACKSON THE GREATEST


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1amor de verão Empty amor de verão Qui Fev 03, 2011 1:38 pm

intercris


Colaborador
Colaborador

AMOR DE VERÃO



um amor que nasce no verao é um sentimento que pode durar por toda a vida...



CAP. 1


Michael Jackson esperava encontrar um fantasma no lago, e não uma mulher nua.
De sua parte, preferia aquela visão. Entretanto sabia que devia desviar o olhar, mas não foi o que fez. Pelo contrário, focou-o em mim, enquanto deslizava pela água escura que se refletia o luar.
Mesmo à luz pálida e prateada, minha pele mostrava-se bronzeada e suave. Meus movimentos eram delicados, precisos. Os braços vigorosos me impulsionavam, levando-me de uma margem à outra do lago e de volta ao ponto de partida. Parte dele me via como uma invasora em solo sagrado... Mas outra sentia-se grato pela minha presença.
Enquanto me observava, dizia a si mesmo que eu não devia estar ali. Aquele lago, o rancho, tudo aquilo era muito íntimo para ele. Poucas pessoas freqüentavam aquele lugar, a não ser convidados ou a sua própria família. Então...
Michael fechou os olhos, respirou fundo e, lentamente, soltou o ar dos pulmões antes de abrir os olhos novamente. Eu já havia parado de nadar e movimentar pela água. Tinha percebido sua presença.
-Já viu o suficiente? – Perguntei.
-Depende - Respondeu Michael –Tem mais alguma coisa para me mostrar?
Abri a boca, mas fechei-a antes de pronunciaras palavras que, sabia, não podia dizer.
-Quem é você? –Indagou finalmente. Sua voz sugeria mais revolta do que preocupação.
-Posso devolver a pergunta.
-Essa é uma propriedade privada.
- Certamente. E é isso que me faz estranhar sua presença aqui.
-Eu moro aqui- Anunciei, empurrando para trás os cabelos castanhos claros e molhados.
-Michael precisou de alguns minutos para entender o significado do que acabara de ouvir.
-Disse... Que mora aqui? Mas esse é o rancho Neverland!
O rancho pertencia a ele desde que largou a vida enfadonha ao lado de seu pai, era o início de sua liberdade. Tinha inúmeros significados para ele.
Michael se intalara ali, onde criava diversos animais e recebia as pessoas mais queridas.
-Exatamente. - Eu disse. -O dono desse rancho está viajando, mas contratou-me para organizar o lugar para a sua chegada. E se souber que entrou aqui pode se tornar até... Violento.
Michael riu. Ele era o homem mais doce e brando que conhecia. Mas eu, a desconhecida, sem saber falava dele mesmo como se fosse um cachorro louco.
-Bem, ele não está aqui agora, está? Brincou Michael, aproveitando-se da minha inocência.
-Não.
-Então como somos só nós dois e estamos nos tornando grandes amigos... Poderia me dizer se tem o hábito de nadar nua?
-E você? Costuma espionar mulheres despidas?
-Sempre que posso.
O encarei com olhar severo. Depois me abaixei, o que fez Michael pensar que estava cansada de bater os pés na água para me manter à tona.
-Não fala como se tivesse alguma vergonha.
Michael sorriu, mas o sorriso não chegou a afetar meus olhos.
-Moça, se eu não aproveitasse uma oportunidade de ver uma mulher nua, então, sim, teria motivos para sentir vergonha.
-Sua mãe deve estar orgulhosa.
Ele riu. -Provavelmente não, mas o velho teria ficado.
Olhei em volta, e Michael sabia o que me incomodava. O vazio. Com exceção dos carvalhos em torno do lago, estávamos sozinhos.
Escute, já teve seu espetáculo. Está frio e eu estou cansada. Gostaria de sair daqui.
-E quem está impedindo?
-Não vou sair da água com você ai parado, me espionando!
Algo que podia ser culpa incomodou uma consciência que já estava atribulada demais. Mas ele ignorou o sentimento. Sim devia olhar em outra direção. Sabia disso. Mas um homem faminto recusaria um filé por saber que era roubado?
-Vire-se- Sugeri um momento depois. -Será o suficiente.
Michael sorriu.
-Se eu me virar, como poderei saber que não vai bater na minha cabeça com alguma coisa?
-Pareço estar carregando uma arma?
Ele encolheu os ombros:
-Cautela nunca é demais.
Assenti, deixei-me afundar até a água atingir meu queixo, e resmunguei:
-Perfeito. Eu estou sem roupa, e é você que se sente ameaçado.
O vento soprou de repente, agitando a superfície da água. Era como se estivéssemos cercados por dezenas de pessoas sussurrando seus segredos. Eu estremeci e afundei um pouco mais. A culpa voltou a se fazer presente na consciência de Michel.
Ele olhou para cima, para o céu estrelado, antes de encarar-me novamente.
-A noite é linda. Talvez acampe aqui hoje.
-Não faria isso.
-Não? –Divertindo-se com a situação, ele fingiu considerar a possibilidade.
-Talvez não. Mas a questão permanece. Vai sair do lago, ou prefere dormi aí, mexendo os pés para não se afogar?
-Vou sair. - Decidi furiosa, batendo com uma das mãos na água.
-Mal posso esperar.
-Talvez não saiba, mas é um canalha.
-Já ouvi isso antes.
-Surpreendente!
-Ainda está na água. – Michael pôs as mãos nos bolsos traseiros do jeans. – Deve estar com muito frio.
-Sim, mas...
-Já disse que não vou sair daqui.
Olhei em volta mais uma vez, como se procurasse ver uma cavalaria correndo em meu socorro.
-Como posso saber que não vai me atacar assim que eu sair do lago? –Perguntei apreensiva.
-Eu poderia dar minha palavra, mas, como você não me conhece, ela não teria valor.
O estudei por um instante, despertando nele a sombria sensação de que podia enxergar mais do seu rosto escondido embaixo do moletom, e acabar com a sua brincadeira. Porém depois de mais um instante, eu disse:
-Se me der sua palavra acreditarei em você.
Michael retirou uma das mãos do bolso e massageou a nuca, franzindo a testa. Uma bela invasora nua confiava nele. Ótimo.
-Muito bem. Você tem minha palavra.
Assenti, mas ainda levou um ou dois minutos para começar a me mover em direção da margem. Algo dentro dele ganhou vida. Antecipação? Excitação? Há muito tempo não experimentava uma ou outra, razão pela qual não tinha certeza. Mas o momento passou tão depressa, que ele não conseguiu explorá-lo ou aproveitá-lo como queria.
O luar cintilou sobre minha pele molhada e dourada, enquanto eu saía da água e subia pela pequena encosta até onde estavam minhas roupas em uma pilha organizada. Ele me observou e sentiu uma necessidade quente e pulsante, um impulso forte o bastante para chocá-lo.
Eu era esguia, não muito alta, 1,68 mais ou menos, com seios pequenos e firmes, quadril estreito e tinha marcas de sol, que sugeria que nadar nua não fazia parte de meus hábitos. Devia se sentir grato por testemunhar ocasião tão rara. Aquelas marcas de bronzeado tornavam minha pele ainda mais excitante. Minúsculas porções de pele pálida contra o marrom do bronze tentavam um homem a definir os limites daquelas linhas.
O desejo o inundava como uma onda gigantesca.
Eu estava mágica ao luar, e só com grande esforço Michael sufocou o ímpeto de tomar-me nos braços. Era como ver uma sereia sair do mar, uma visão fugaz, mas tentadora.
-Você é impressionante.
Eu hesitei, mas ergui o queixo e mantive altiva, orgulhosa, sem constrangimento ou insegurança. Michael sabia que devia se sentir culpado por estar espionando, tirando proveito da situação.
Mas não sentia nenhuma culpa.
Em segundos, vesti a camiseta e a saia de algodão, que me cobriu até a altura dos joelhos. Depois abaixando-me calcei as sandálias.
Maldição. Precisava desculpar-se e revela quem era de fato.
-Escute- Ele disse de repente- Eu sinto muito se a incomodei, mas sua presença me surpreendeu e...
Eu o atingi com um soco no estômago.
Não doeu muito, mas, como estava despreparado, Michael ficou sem ar.
-Eu o surpreendi? - Juntei os cabelos e os torci para remover o excesso de água, jogando-os para trás em seguida.
Impressionante. Eu o chamei de impressionante. Não podia negar que senti algo quente e delicioso quando o vi ali parado, observando-me. Tinha sido como se pudesse experimentar o seu toque, não apenas o olhar. E, por um breve momento, desejei ser tocada por ele. Sentir as mãos desse homem sobre a minha pele molhada.
O que só me deixou ainda mais furiosa. Eu o encarei com desdém e depois ergui o queixo, então... Finalmente o reconheci.
-Seu miserável aproveitador, oportunista e... - Odiava ficar sem adjetivos antes de concluir a frase.
Respirando fundo, ergui os ombros e recolhi os fragmentos do meu próprio orgulho. Quase sofri um ataque cardíaco ao vê-lo em pé na margem do lago espionando minha nudez. Mas o medo inicial foi substituído pela raiva de ter sido enganada.
Vivia sozinha a tempo suficiente para ter desenvolvido uma espécie de radar que me informava quando corria perigo. E nenhum alarme interno disparava, apesar de ele não ter sido cavalheiro o bastante para deixar-me sozinha ou, pelo menos, virar de costas.
Agora sabia que não era estranho, nem tão pouco perigoso.
Não fisicamente.
Emocionalmente... Bem essa é uma outra história. Ele era alto, magro e muito atraente, o que já era preocupante, e ainda havia aquele brilho singular em seus olhos. Não só o fogo do desejo, que notei desde o início, mas a influência oculta de uma intensa tristeza, de um grande vazio. Me sentia sempre atraída pelos homens tristes. Com olhos tristes e corações solitários.
Mas depois de ter partido o próprio coração algumas vezes, decidi que em alguns casos, existem boas razões para que eles estejam sozinhos. Agora tudo o que eu tinha a fazer era me lembrar disso.
Continuei firme, encarando o homem que invadiu o meu mergulho noturno. Há alguns anos talvez tivesse corrido assustada, tentando desaparecer. Mas não hoje. Há alguns dias tudo mudara para mim. Encontrei um lar. Meu lugar agora era o rancho Neverland, e ninguém, nem mesmo este incidente, iria afugentar-me dali.
-Tem um golpe de direita invejável
-Vai sobreviver.
Passei por ele, caminhando em direção às árvores que marcavam o início da trilha que me levariam de volta à casa do rancho.
Ele me deteve, segurando meu braço. O contato provocou um arrepio. O sangue se tornou mais quente em minhas veias. Me liberei com um movimento brusco e recuei um passo, optando pela precaução.
-Ei, ei... – Michael ergueu as mãos em um gesto debochado de rendição. –Relaxe! Não vou fazer nada.
A descarga de adrenalina provocada pelo contato já se dissipava quando respondi:
-Não... Me toque. Se vai mesmo precisar dos meus serviços, é bom que fique bem longe.
- Tudo bem, não vai acontecer novamente.
Respirei fundo e tentei me acalmar. Não havia sido apenas a surpresa da mão em meu braço... O que me perturbou foi o calor provocado pelo contato, a rapidez com que essa onda se espalhou por meu corpo. Jamais havia sentido algo parecido, e não podia apreciar essa sensação. Ele era meu patrão. Melhor me afastar desse homem. E depressa.

CAP 2


Tudo desapareceu. Restava apenas uma onda de raiva que ameaçava sufocar-me. Sabia sim que Michael Jackson chagaria em um ou dois dias, mas não esperava que pudesse ir espionar-me em um momento de privacidade.
-Se eu soubesse quem é teria batido com mais força- Disparei.
- Nesse caso foi sorte não ter me apresentado antes.
-Então voltou para cuidar do bom e doce velhinho?
-Bom e doce velhinho? A garganta ecoou entre as árvores. –Joe é um maluco de coração duro e modos detestáveis!
-Ele parece doce. É generoso. E é solitário. A família não se dar ao trabalho de vir vê-lo. E você parece ter sentido um pouco de vergonha, e mandou que o trouxessem para cá, mas está sempre ausente. Voltou apenas certificar-se que está bem, seria um peso na consciência se morresse aqui sozinho, não é mesmo?- Disse com uma nova onda de fúria invadindo-me, e eu o encarei.
-Afinal quem pensa que é? Não conhece minha família, meu passado e nem... Joe?!

-Sou Cris Rayan- Apresentei-me -Sua nova governanta.
-Bem, Cris Rayan, o fato de ter vindo cuidar da casa não significa que sabe tudo.
-E não sei mesmo! Apenas vi apenas um homem sozinho, quando cheguei aqui a quinze dias. Sei também que teve que contar com uma estranha para desfrutar de alguma companhia.
Michael passou uma das mãos pelos longos cabelos negros, desviou os olhos e contou lentamente até dez. Quando encarou-me novamente, a raiva já havia passado. Seus olhos eram escuros e sombrios.
-Você tem razão.
Eu não esperava este tipo de atitude, e por isso levei um tempo para reagir. Inclinando a cabeça para um lado, eu o estudei.
-Só isso? Eu tenho razão?
- Até certo ponto- Michael admitiu em voz baixa, como se, assim, pudesse envolver-nos em uma espécie de retiro insular. –É... Complicado- Disse finalmente.
E pensar que cheguei a me surpreender, a sentir uma modesta dose de compaixão pela versão que o sujeito poderia ter dos fatos. Desapontada, balancei a cabeça.
-Não, não é. Ele é seu pai e o ama. Mas você o ignora.
-Você não entende.
-Tem razão.
Cruzei os braços sobre o peito, e batendo com um dos pés no chão, esperei. Percebi que a situação o deixava vulnerável, queria me vingar.
Os olhos de Michael ficaram mais estreitos, desconfiados.
-Não tenho que lhe dar explicações, Cris Rayan, portanto não perca tempo esperando por elas.
Não, ele não tinha mesmo que se explicar. Ele era o patrão, poderia me despedir a qualquer momento. Mas, de repente precisava entendê-lo. Era incapaz de compreender como alguém com um lar, uma família, podia ignorá-los deliberadamente.
-Certo reconheço que não me deve nada, mas, certamente, tem algumas dívidas com o seu pai.
A ruga na testa de Michael ia tornando-se mais funda.
-Estou aqui não estou?
-Finalmente. Já esteve com ele?
-Não- Michael admitiu, enfiando as mãos nos bolsos e olhando para o lago. -Ainda não. Antes tive que vir aqui e ver o que estava acontecendo. Percebi o movimento, então...
E assim, sem motivo aparente, meu coração ficou apertado. Não sabia o que via ao olhar tão triste para o lago. Não sabia no que estava pensando. Não sabia de fato o que o atormentava. O que o separou de seu pai.
-Desculpe- Pedi, desejando poder tirar pelo menos algumas das palavras ríspidas que disse- Sei que algo deve ter acontecido para que o trate assim, mas...
Ele me silenciou com o olhar.
- Não sabe- respondeu secamente. –Não pode saber. Escute, porque não volta para casa e diz para meu pai que logo estarei lá?
Michael caminhou para a margem do lago e ficou ali parado, olhando a superfície pláscida e escura. Sua dor era palpável, nítida, e eu me retrai. Não queria sentir pena dele. Não queria dar a esse homem o benefício da dúvida. Mesmo que tivesse boas razões para evitar Joe, essas mesmas razões não justificavam a maneira como ele evitava o homem que tanto o amava.
A piedade se dissipou e eu o deixei ali sozinho na escuridão.
Joe só teve tempo de esconder sob cobertor o sangrento conto de terror que lia, antes de eu abrir a porta depois de uma leve batida. Ver a menina que passara a considerar como uma filha, o fez sorrir por dentro. Meus cabelos estavam molhados, desenhando uma mancha escura na camiseta. A saia rodada e longa estava amarrotada e suja, cheia de folhas, de grama e terra, e a sandália rangia por conta da água acumulada no couro.
-Esteve no lago novamente, não é?- Joe perguntou.
Aproximei-me da cama e ajeitei o cobertor que o mantinham aquecido.
Sorri, mas não consegui disfarçar aquela estranha sombra em meu olhar.
-O que aconteceu, Cris? Não se sente bem?
-Estou muito bem- Respondi, pegando uma jarra vazia sobre o criado-mudo e levei-a para o banheiro da suíte para enchê-la com água fresca.- Conheci seu filho. Só isso. - Revelei, voltando ao quarto com a jarra em uma das mãos.
Joe sentiu o coração bater mais depressa, mas lembrou-se em tempo de que agora era um homem às portas da morte.
- Michael! Ah... -Ele sorriu. –Bem, onde está ele? Não voltou para casa com você?
Troquei a luz do abajur pela luminária noturna. Imediatamente o quarto mergulhou em uma relaxante penumbra que convidava ao descanso.
-Ele disse que queria ficar no lago por algum tempo.
Joe sentiu uma pontada de dor no coração e soube que esta era apenas uma sombra da dor que seu filho devia estar enfrentando no momento. Mas, maldição, depois de tanto tempo já era hora dos irmãos Jackson enterrarem o passado e retomarem suas vidas longe desses fantasmas. E se tinha de mentir para conseguir hospedar-se no rancho Neverland, para forçar uma aproximação, bem, não se envergonhava disso. Era uma mentira justificada por excelentes motivos.
-Como ele está?
Arrumei o travesseiro, depois ergui o corpo, pus as mãos na cintura e respondi com ar pensativo:
-Sozinho. Francamente, ele tem um ar... Acho que nunca conheci homem mais solitário.
-Entendo. Suspirando, Joe se ajeitou sobre o travesseiro. Devia se sentir culpado por ter enganado o filho, e assim tê-lo atraído, fazendo-o cancelar uma turnê importante. Mas não sentia culpa. Se um velho não tinha o direito de ser ardiloso, então, de que servia a velhice?
-Não vai ser fácil. Com nenhum deles. Mas são homens fortes, cheios de recursos. Vão superar tudo isso.
Terminei de arrumar o cobertor e, satisfeita, beijei a testa de Joe.
-Não é com eles que me preocupo- Disse.
-Você é uma boa menina, Cris. Mas não precisa se preocupar. Vou ficar bem.
Michael entrou na casa sem fazer barulho, esperando que o “guarda-costas” do velho Joe saltasse da sombra, rosnando e mostrando os dentes. Porém, ao constatar que não havia nenhum sinal de minha presença, ele se rendeu ao inevitável e olhou em volta, estudando o lugar que adorava.
Duas lâmpadas estavam acesas, espalhando uma luminosidade pálida pela sala que ele seria capaz de percorrer com os olhos vendados. Nada mudara, desde que esteve fora há oito meses. Piso de tábua de carvalho, tapetes por toda parte, poltronas de couro arranjadas em um quadrado perfeito em torno de uma mesa baixa, onde havia um vaso com rosas amarelas. O velho piano, objeto de ciúmes, continuava lá no canto da sala, intocável.
Devia ser obra do guarda-costas, ele pensou, sabendo que Joe jamais colheria flores frescas para enfeitar a casa. O meu rosto surgiu em sua mente, mas desapareceu assim que ele olhou em volta mais uma vez.
Uma lareira alta e larga o bastante para acomodar um homem em pé e dominava uma das paredes, e o fogo ainda ardia alaranjado atrás de uma grade de ferro. As paredes eram adornadas por fotos de família e paisagens pintadas por mãos talentosas.
Michael relutava para encontrar Joe e seus fantasmas. Precisava engolir o sofrimento em pequenos goles para não sufocar. Mas havia decidido ajudar o pai, que estava doente e não tinha mais ninguém nessa vida.
Deixando a mala logo além da porta da entrada, Michael caminhou para a escada no outro extremo da sala. Cada degrau era uma tora de madeira cerrada ao meio e polida até atingir um brilho impecável. Os corrimãos lembravam troncos de árvores petrificados, e suas mãos deslizavam pela superfície fria enquanto ele subia para o andar onde ficavam os quartos.
Os passos ecoavam as batidas lentas do seu coração, cada movimento o levava para mais perto das lembranças que não queria encontrar. Mas não havia possibilidade de volta. Não podia mais evitar o confronto.
No alto da escada, ele parou e olhou para o corredor. Tudo o que via era uma sequência de portas fechadas, mas conhecia os espaços atrás daquelas portas, tanto quanto reconhecia o próprio reflexo no espelho.
Ele vivia ali, cada vez que tinha folgas do trabalho, aproveitava cada lugar, cada canto, aquele era o seu lar. Muitas vezes, subia e descia a escada correndo e gritando com seus poucos amigos, como crianças aproveitando a infância que não tivera, tudo por causa de...
Michael baniu da mente as recordações como teria afastado um mosquito de seus olhos e seguiu para a porta mais próxima da escada. O quarto onde estava hospedado Joe, o homem que havia roubado sua infância, estava ali, vulnerável, e agora em suas mãos. Totalmente dependente.
Uma onda de vergonha o assaltou e ele pensou que eu ficaria muito orgulhosa se soubesse disso. Sobre uma coisa eu estava certa: Não podia ter passado tanto tempo longe do velho. Devia ter encontrado uma solução, um meio de conversar, perdoá-lo, apesar do sofrimento que causou.
Mas não foi o que fez.
Em vez disso, o puniu por todo esse tempo.
Ele bateu na porta e esperou.
-Michael?
A voz estava mais fraca do que imaginava, mas ainda era familiar. Aparentemente a dublê de governanta e guarda-costas já o informara de sua chegada. Michael abriu a porta e sentiu o coração acelerar. Ainda sentia medo.
Joe Jackson. O homem mais forte que conhecera, agora parecia um... Velho. Boa parte de seus cabelos já havia caído, e a cabeça bronzeada brilhava à luz pálida da luminária, ou de um halo de fios finos e grisalhos que ainda a emodulrava. As linhas que sempre definiram o rosto determinado eram mais profundas agora, transformando os traços. Ele parecia pequeno na cama larga, aquecido por um dos cobertores que sua ex-mulher, Kate, fizera décadas atrás.
O pesar era como um golpe físico castigando seu peito. Muito tempo havia passado. E nesse momento chocante do reencontro, ele lamentou todos os anos que ficara afastado do homem, que apesar de tudo, ele amava. Por alguma razão, não esperava que Joe pudesse estar diferente. Apesar do telefonema que recebeu do médico anunciando que seu pai não tinha muito tempo de vida, Michael imaginava encontrar ali o homem tal como o deixara em sua mansão em Las Vegas, há cinco anos.
-Olá- Ele o cumprimentou com um sorriso forçado.
-Entre, entre- Joe o convidou, acenando com uma evidente fraqueza. Em seguida bateu na beirada da cama. – Sente-se, rapaz. Deixe-me olhar para você.
Michael aceitou o convite e, mais próximo, aproveitou para examinar rapidamente a aparência geral do pai. Estava mais magro, sem dúvida, mas o olhar era claro e atento. O bronzeado já não tinha o viço de antes, mas não apresentava aquela palidez impressionante típica dos enfermos. Suas mãos eram magras, retorcidas, mas não tremiam.
-Como se sente?- Michael perguntou, tocando a testa marcada por numerosas rugas.
Joe empurrou a mão dele.
-Bem. Estou bem. E já tenho um médico para me interrogar, cutucar e importunar. Não preciso do meu filho fazendo a mesma coisa.
-Desculpe.
Michael apenas queria verificar pessoalmente em que estado se encontrava o pai.
Mas aparentemente, não seria fácil. - Falei com o dr. Evans depois da nossa conversa no mês passado. Ele diz que o seu coração está em má forma.
Joe fez uma careta de desdém.
-Médicos... Não dê muita atenção ao que dizem.
Michael sorriu.
Ele então levantou-se e colocou as mãos no bolso, não queria que o velho visse no encontro um significado maior do que ele realmente possuía. Receava que mesmo depois de recuperado ele pedisse para ficar no rancho, e que contasse com uma resposta afirmativa. E Michael não podia dizer sim. Não queria que ele ficasse.
Mas seu pai não notava o desconforto que causava, ou não se incomodava com isso. Continuava falando e, com cada palavra, alimentava a culpa que o atormentava.
-Pai você não veio para ficar - Michael anunciou sem rodeios. Não queria magoar o pai, mas também não podia alimentar falsas esperanças.
A culpa cresceu um pouco mais quando ele viu o brilho se apagar dos olhos do velho. - Você veio para passar o verão, até que se recupere- Prosseguiu tentando ajudá-lo a entender como havia sido difícil largar os shows para passar essa temporada com ele. - Mas quando o outono chegar preciso trabalhar e você precisa ir embora.
- Pensei... Joe deixou a cabeça cair sobre o travesseiro. - Pensei que pudéssemos ser amigos.
A dor o incomodava como ondas sucessivas que, lentamente, iam preenchendo todos os espaços. Se as coisas tivessem sido diferentes, faria tudo para que ele vivesse ali, ou melhor, nunca teria largado a casa de seus pais, mas precisava se libertar de alguma forma, ser independente.
-Sinto muito - Disse, consciente de que não era o bastante para Joe, mas que era tudo que ele tinha a oferecer.
O velho o encarou por algum tempo antes de fechar os olhos e emitir um suspiro cansado.
-O verão é longo, meu rapaz. Muita coisa pode acontecer.
-Não faça planos para mim Joe, como sempre fizera a vida inteira- Michael o preveniu, mesmo lamentando causar mais dor ao velho. –Não vai ficar. Não pode. E você sabe o porque.
-Sei o motivo de pensar assim. E sei que está errado. Todos vocês estão. Tudo que fiz foi para que vocês encontrassem seus caminhos. E um homem precisa encontrar o seu - Ele se ajeitou sob o cobertor.
- Estou cansado, Michael. Por que não vem me ver amanhã? Então conversaremos mais.
-Joe...
-Vá, por favor. Estarei bem aqui amanhã.
-Quando o pai fechou os olhos, encerrando efetivamente a conversa, Michael não teve escolha. Saiu sem fazer barulho. Estava na casa a menos de quinze minutos e já havia perturbado um homem idoso e com um coração enfermo.
Maravilha!
Mas não podia deixar seu pai contar com uma permanência definitiva. Não era certo fazer a Joe promessa de um futuro, se o passado era tão intenso que o impedia de viver o presente.
Habituara-se a conviver com as lembranças que o atormentavam. Mas nunca seria capaz de viver com Joe novamente... Com o homem que o fazia ver um fantasma em cada canto.
continuaaa....

2amor de verão Empty Re: amor de verão Qui Fev 03, 2011 1:47 pm

DIRTY DIANA

DIRTY DIANA
Admin
Admin

CRIS EU NAO VOU PRECISAR REPETIR NEH CONTINUAAAAAA.....

https://mj-thegreatestoffici.forumeiros.com

3amor de verão Empty Re: amor de verão Qui Fev 03, 2011 1:53 pm

CecíliaBad

CecíliaBad
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Moderador

100 COMENTÁRIOS

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4amor de verão Empty amor de verão Sex Fev 04, 2011 6:39 pm

intercris


Colaborador
Colaborador

CAP 3



Sentei-me em minha sala de estar e olhei para a janela, onde via, do outro lado do pátio, a casa principal do rancho. Sete metros, no máximo, separavam as duas construções, mas no momento pareciam sete quilômetros.
Desde que me mudei para Neverland, nunca havia me sentido tão intrusa e tão sozinha, quanto naquele dia.
Suspirei e apoiei a cabeça na almofada da poltrona. Cruzando as pernas sob o corpo, olhei em volta para o pequeno chalé que era meu santuário há quinze dias. Antes de aceitar esta proposta de trabalhar durante o verão para Michael Jackson, por meio da agência que me escolheu por ter os requisitos exigidos, estava sem dinheiro, sem um lar, pois tinha saído do interior dos Estados Unidos há dois anos para conseguir mandar alguma grana para meus pais e ajudá-los a cuidar de um irmão doente. E eu prometi que conseguiria. E estou tentando. Não posso por tudo a perder.
De repente virei a cabeça e, pela primeira vez em quinze dias, vi uma luz que não era do quarto de Joe. Que efeitos a chegada de Michael poderia ter em meu mundo?

(pela menhã...)
O aroma de café o despertou.
Michael olhou para o teto. Por um ou dois minutos não conseguiu se orientar. Não era novidade. Um homem que viajava tanto quanto ele se acostumara a despertar em lugares estranhos.
Ele cobriu os olhos com um braço e tentou não sucumbir à dor provocada pela lembrança do que teria de enfrentar naquele verão.
Aquele era um mundo distinto da vida rotineira. Ali a terra se estendia por quilômetros e quilômetros, convidando-o à exploração. Havia animais, a maioria selvagens, e ele adorava cada um deles. Além disso, um gigantesco parque de diversões estava sempre ocupado por amigos, crianças e pessoas que vinham de longe, convidados pelo próprio Michael. Em fim, o lugar era um sonho que parecia-se muito mais com um parque temático do que mesmo com um lar. Mas era o seu lugar preferido. Sempre foi. Mas esse verão tudo seria diferente.
Pensar nisso causou uma nova onda de dor. O coração esfriou e o ar parecia queimar-lhe os pulmões. Estar ali, junto com Joe era mais difícil do que havia imaginado. Ver tudo como antes e, ao mesmo tempo tão diferente.
-Não devia tê-lo deixado vir- A voz rouca embargada pela emoção. Mas como podia ter evitado? O velho estava doente e precisava de um lar, precisava dele. Não podia negar um pedido dessa natureza.
Passara cinco anos longe de Joe. Mesmo assim era impossível olhar para ele e não lembrar-se do que passou quando ainda era menino. Especialmente quando o menino levara sobre si uma pesada bagagem de expectativas, causando-lhe culpa e dor.
Mas... Pensar nisso Não tornaria a situação mais fácil.
-Nem eu esperava que fosse- Ele reconheceu, jogando o cobertor para longe e levantando-se para enfrentar o primeiro dia do que prometia ser o verão mais longo de sua vida.
No andar de baixo, ecoavam os sons domésticos de panelas e passos. O aroma de café parecia mais intenso, pesado. Não. Provavelmente, era apenas pelo fato de estar acordado. Agora tinha consciência de seu desejo por uma boa xícara de café fresco.
Devia ser a ninfa do lago em ação na cozinha.
A governanta que contratou por telefone.
A mulher que ele vira nua.
A mulher com quem sonhara toda noite.
Inferno! Devia ser grato a mim por isso. Minha imagem mantivera seu cérebro ocupado demais para torturá-lo com imagens de outro rosto. Outro tempo.
Michael vestiu a calça jeans e a camiseta branca, sem se incomodar com os sapatos, ele saiu e parou diante da porta do quarto do pai antes de seguir para a cozinha. Precisava de café.
E talvez tivesse outra necessidade, também. Reencontrar com a sereia?
Os pés descalços não fizeram barulho na escada, e ele aproximou-se silencioso para observar-me sem ser notado. A luminosidade dourada do sol penetrava pela vidraça e caía como um cobertor dourado sobre a grande mesa redonda e o piso de madeira. Tudo ali brilhava, atestando o meu esforço e a minha competência. Até os velhos utensílios pareciam novos, agora que recebiam meus diligentes cuidados. As paredes haviam sido pintadas de amarelo, e as cortinas brancas na janela tinham sido engomadas.
Mas era eu que chamava a atenção de Michael. Como na noite anterior eu me movimentava pela cozinha com uma desenvoltura e uma familiaridade que o agradavam e irritavam ao mesmo tempo.
Não era uma reação racional, exatamente, mas... Àquela hora da manhã? Por um lado estava satisfeito por contar com minha presença no rancho. Eu cuidava bem de seu pai, do lugar. Mas por outro, uma porção menos racional, ressentia-se por eu me mostrar tão confortável no rancho Neverland, enquanto ele estava... Tenso.
Hoje os cabelos castanhos claros e longos estavam presos em uma trança. Uma brilhante fita vermelha prendia a ponta da trança e criava um contraste interessante com a blusa azul e o jeans desbotado e velho. A calça macia e gasta se agarrava ao meu corpo esguio como um amante desesperado.
Uma antiga canção dos Stones tocava no rádio sobre o móvel, e eu, a sereia, dançava balançando o quadril, deleitando o olhar do observador silencioso. Michael estava sem ar. Eu poderia ser uma de suas dançarinas. Era impossível olhar para mim sem lembrar a pele bronzeada e macia, as marcas mais claras deixadas por um biquíni e a definição dos músculos alongados.
De repente virei-me e o vi ali parado. O sorriso que até então iluminava meu rosto desapareceu.
-Costuma espionar todas as pessoas, sempre, ou eu sou um caso especial?
Michael passou a mão pelo rosto, como se o gesto pudesse apagar da memória os pensamentos que até então o haviam entretido e deliciado.
-Não queria interromper o espetáculo- Respondeu torcendo para que eu não detectasse aquela ponta de desejo em sua voz. Sério, passou por mim e seguiu para a cafeteira sobre o móvel.
A canção dos Stones deu lugar a um clássico do blues, e ele encheu uma xícara de porcelana branca com o café, sorveu um gole cuidadoso e, satisfeito, virou-se para encarar-me. Apoiado ao móvel cruzou um pé sobre o outro na altura do tornozelo e perguntou:
-Sempre dança na cozinha?
Segurei a espátula com mais força.
-Só quando estou sozinha.
-Ah, sim... É como nadar sem roupa?
-Um cavalheiro não devia estar me lembrando disso.
-Sim, e um cavalheiro nem deveria ter olhado -Ele apontou, tomado de salto pela imagem do meu corpo nu cortando a superfície escura do lago. - Eu olhei. Lembra?
-É pouco provável que eu consiga esquecer
Michael ergueu uma sobrancelha e deixou os olhos deslizarem lentamente por meu corpo, subindo e descendo.
. –Também não vou esquecer- Murmurou.
Abri a boca para dizer alguma coisa, mas desisti, e respirei fundo. Michael poderia até ver-me contar até dez, tentando conter o temperamento imperativo, visível em seus olhos negros que, à luz matinal, possuíam um reflexo ainda mais bonito do que eu havia pensado ter na noite anterior.
Michael bebeu mais um gole do café e disse a si mesmo que era hora de conter-se.
-Está causando uma discussão. Deliberadamente - Acusei-o. -Por que?
Sério, olhando para o café com o ar carrancudo, respondeu:
-Porque não sou um bom homem.
-Não é o que dizem as pessoas.
Michael encarou-me.
As pessoas não são imparciais. Não deve acreditar em tudo o que dizem.
-Acredito no que estou vendo agora. E você... – A pausa serviu para fazê-lo levantar a cabeça. Queria ver seus olhos quando formulasse a pergunta. –Você viu seu pai ontem à noite?
Ele riu.
-Sim. E ele ainda pensa que sou um garoto de treze anos de idade que coloquei um gesso caseiro no braço para não ir ao estúdio ensaiar.
-Não fez isso!
A lembrança o fez sorrir.
-Fiz. Usei papel marche. Estava apenas praticando a aula de artes que tive na escola. -Storm, o cachorro da casa vizinha, esperava paciente enquanto Michael fazia o melhor... E o pior que se podia imaginar para a situação... Sempre que tinha chance usava a imaginação para livrar-se de Joe. – Meu pai removeu o gesso antes que secasse.
Sorri enquanto escutava a história, e meus olhos eram... Radiantes. Algo nele se moveu, cedeu... A sensação era de desconforto. Michael ergueu os ombros e bebeu mais um gole do café forte e quente.
-Enfim, só estava tentando dizer que Joe não me deixou tocá-lo. Mas vou conversar com o médico que está cuidando dele. Quero mais informações. Todas que puder ter.
-Ótimo. -Virei-me para bater os ovos e despejar a mistura espumante na frigideira sobre o fogão. – Quero dizer, é bom que possa verificar. Estou preocupada. Ele tem se mostrado tão...
-O quê?
Encarei-o novamente.
-Não é alguma coisa que eu possa afirmar: É isso, aí está a diferença. Ou isso está errado. O fato é que ele não tem sido o mesmo ultimamente. De uns dias para cá me parece muito mais... Frágil, de alguma maneira.
-Ele está se aproximando dos setenta anos. - Michael falou, odiando a lembrança de quanto tempo já havia deixado passar.
-Mas estava saudável e muito mais animado até duas semanas atrás. Ninguém teria adivinhado a verdadeira idade do seu pai. E Le se levantava com o raiar do dia, passeava pelo rancho, dirigia para a cidade para almoçar com o dr. Evans e ainda saía à noite para dançar.
-Dançar? – Outra surpresa e mais uma irritação pelo fato de que eu, uma desconhecida, em tão pouco tempo sabia mais do que ele sobre a rotina de seu pai.
Eu mexia os ovos na frigideira.
-Ele e alguns amigos costumavam também divertir-se em cassinos no centro de Los Angeles todas as sextas-feiras. Os outros ainda vão, imagino.
-Talvez não seja nada importante- Michael opinou, sem saber qual dos dois tentava consolar.
-Espero que esteja certo.
Michael abandonou o apoio do móvel, erguendo os ombros e adotando uma atitude mais confiante, imponente.
-Mas...?
-Mas... – Girei sobre os calcanhares para cuidar da frigideira. – Acho melhor tentarmos ficar bem longe um do outro.
-É mesmo?
Ele se aproximou e parou ao meu lado. Podia sentir a tensão entre os corpos. Maldição! Não precisava disso. Não queria isso. E estava mais do que decidido a se manter longe da governanta atrevida. Ou melhor, estivera... Até eu fazer a sugestão em voz alta.
Eu mexia os ovos, virando a mistura de um lado para o outro na frigideira até obter uma coloração dourada e uma massa mais seca, como Joe apreciava. Tentava me manter concentrada na tarefa, mas, com Michael tão perto, não era fácil.
Recordara a onda de calor que me inundara na noite anterior, fazendo do vento frio pouco mais que um sussurro. E imaginara como seria experimentar o toque daquelas mãos, ser acariciada por elas.
Os ovos estão queimando.
-O quê? – Pisquei olhando para a frigideira e, instintivamente, usei a mão livre para empurrá-la para longe da chama.
A dor foi instantânea e intensa, e eu derrubei a espátula para apertar a mão queimada contra o peito. Lágrimas rolaram e um gemido brotou de meus lábios.
-Droga!- Michael deixou a xícara de café sobre o fogão, agarrou minha mão esquerda e levou-a até a pia. Com eficiência e segurança, ele segurou o ferimento sob a água fria. A dor diminuiu imediatamente, e eu suspirei.
-Em que estava pensando?
-Não sei. –Menti, tentando liberar a mão e cerrar o contato físico que tanto me perturbava. – Eu só...
-Não perece ter sido grave- Michael decretou, deslizando os dedos por cima do ferimento com uma ternura que tocou algo mais profundo em mim.
Ele virava a minha mão sob o jato de água, inspecionando cada milímetro da pele. E eu fechei os olhos para resistir a sensação que me dominava. A água fria entorpecia a pele, mas o calor do toque de Michael me envolvia como um manto. Minha respiração era ofegante, resultado da dor e da excitação que se misturavam numa combinação perigosa.
Eu abri os olhos e encontrei os dele. Uma espécie de fio invisível nos mantinha presos um ao outro, atraíndo-nos cada vez mais. Minha respiração era rápida, o coração batia acelerado. Depois do que pareceu uma eternidade, eu não suportei mais o silêncio tenso. Com a boca seca e a voz áspera, perguntei:
- Algum problema com a minha mão?
-Teve sorte- A voz dele era um som baixo, estrangulado, uma espécie de grunhido que reverberava pela sala. –Não houve formação de bolhas.
-Que bom- Consegui dizer, apoiando os joelhos um no outro para não cair. Por Deus! Por que o ar ficara tão quente? Ou era apenas o meu sangue que fervia? Ou, sim, manter a distância dele durante todo o verão... Q eu excelente plano!
Os dedos ainda acariciavam minha pele, e eu sentia os ecos desse toque até nos recantos mais profundos da alma. Estranho. Nunca sentira nada parecido. Um simples toque não devia derreter-me por dentro.
Finalmente ele fechou a torneira e pegou um pano de prato e usou o tecido para secar a pele dolorida e vermelha. Depois encarou-me novamente, e eu senti-me sacudida por uma espécie de corrente elétrica. Michael soltou minha mão, e assustada eu recuei um passo.
-Você vai ficar bem- Ele assegurou, passando uma das mãos na cabeça. - Mas seja mais cuidadosa, por favor.
-Eu costumo ser cuidadosa.
-É claro.
Michael parou, respirou fundo e disse:
-Escute, sobre ontem à noite...
Virei para fitá-lo, e o movimento brusco traiu sua agitação.
-O quê?
Houve um silêncio prolongado. Um olhar repleto de significados. Mas Michael baixou a cabeça antes de responder:
-Nada. Esqueça. Acho que vai ser melhor para todos se esquecermos que a noite passada existiu.
Certamente deveria fingir que não me vira nua? Fácil! Sem problemas.
-Provavelmente seria melhor.
-Sim. - Michael jogou o pano sobre a mesa e pôs as mãos nos bolsos, como se preferisse não correr o risco de tocar-me novamente. - Estive pensando que você está certa sobre algo que disse, também. Vai ser melhor se nos mantivermos afastados durante todo o verão.
-Certo. - Eu ainda tentava estabilizar a respiração e convencer o coração a se acalmar dentro do peito. Aparentemente Michael Jackson tinha uma capacidade muito maior de recuperação. Porque podia fingir quando quisesse... Mas eu sabia que as sensações intensas que experimentara não eram unilaterais. Ele também as sentia.
-Muito bem. Então, estamos de acordo.
Ele olhou em volta como se não se lembrasse de onde estava. Depois balançando a cabeça, atravessou a cozinha para ir buscar a xícara de café que deixou sobre o fogão. Em silêncio e sério, serviu-se de mais café e passou por mim a caminho da saída. Na porta, parou para olhar para mim.
Vou tomar uma ducha. Depois vou a Montecito. Quero falar com o médico de Joe..
Eu assenti, mas Michael não viu o movimento, por que já deixara a cozinha com passos tão rápidos, que poderia estar fugindo de um incêndio. Parecia não ser a única que se sentia agitada com o que acabara de acontecer.
Eu pensava que Michael podia ser uma ameaça ao meu emprego, mas não imaginava que ele poderia personificar um tipo totalmente diferente de ameaça: A minha sanidade.



CAP 4


Michael tomou um banho gelado.
Foi inútil.
As coisas seriam difíceis no verão. Difíceis demais para se preocupar com a sexy governanta de olhos cor de uísque e mãos frágeis.
Com o rosto coberto de creme para barbear, ele se olhou no espelho e começou a deslizar a lâmina pela pele. O aço frio não apagava da memória a sensação da minha mão na dele. Não contava com isso. Não imaginara encontrar uma mulher que o fizesse sentir coisas demais e desejar além do que era sensato. Voltar para casa seria mais difícil do que havia imaginado.
Joe esperou até que o carro de Michael deixasse o rancho. Vinte minutos depois, o velho motor do meu carro entrou em funcionamento. Só então Joe levantou-se da cama.
Enquanto se espreguiçava, respirou fundo e se deixou dominar pelo imenso prazer de estar fora da cama. Flexionou os joelhos algumas vezes e tocou a ponta dos pés com as mãos. - Mais uma hora naquela cama e acabaria me tornando mesmo um inválido.
Homem ativo, Joe não fazia nada a não ser permanecer quieto. E ficar deitado não fazia parte do seu plano.
Sorrindo, caminhou até a porta do quarto e trancou-a, só por precaução.
Depois antes que pudesse esquecer, pegou o telefone.
-Bert? Ah, que bom, queria preveni-lo. Mike está indo por aí.
-Ah, não, Joe! – O médico reclamou. – Não gosto nada disso. Fui contra esse plano maluco desde o início, e nada mudou.
Joe continuou falando.
-Não há como recuar agora, Bert. Você concordou. Além do mais, sabe que esta é a minha última chance.
-Dizer ao seu filho que você está morrendo, é a sua última chance de aproximar-se?
Bert achava que forjar a sua própria morte era fácil? Não era! Passar o dia todo deitado o deixava dolorido e mal humorado. E fingir que era velho e doente o irritava.
Uma longa pausa se fez entre os dois amigos.
-Eu sei, eu sei... Muito bem já que comecei...
-Obrigado Bert, fico lhe devendo essa.
-Pode apostar nisso, bode velho.
-Quando desligou o telefone, Joe riu, em uma comemoração silenciosa.


Montecito ficava há apenas dez quilômetros de Santa Bárbara.
O motorista de Michael parou o carro no estacionamento da clínica e desligou o motor. O sol brilhava radiante em um céu sem nuvens, olhou para o edifício modesto diante dele e leu a inscrição na entrada: Bert Evans, médico.
Um sino sobre a porta soou alegre quando ele entrou no interior fresco e confortável.
-Gostaria de falar com o dr. Evans, por favor- Ele disse. –Meu nome é Michael Jackson. - Como se ela não o reconhecesse.
Ela se levantou, alisou a prega da calça cor creme e, quase que por um milagre, exibiu o formato dos seios atrás do discreto suéter azul.
-Sente-se, por favor...
Mas ele não se sentou. Enquanto a jovem ia informar ao médico de sua presença, Michael andou pela sala apreensivo.
Depois de alguns minutos, a moça voltou:
-O doutor o espera.
-Oh, sim. Obrigado.
-Michael! – O médico se levantou da cadeira atrás da mesa e, sorrindo, foi abraçá-lo. Os olhos azuis do dr. Evans ainda eram bondosos e claros, mas seus cabelos agora eram quase brancos.- É bom vê-lo rapaz. Há quanto tempo!
-É verdade. Com tanto trabalho pelo mundo...
-Sente-se. Já esteve em casa? Viu seu pai?
-Sim, ontem à noite.
-Ah, muito bom. Então suponho que também já tenha conhecido a Cris.
-Sim, eu...
-Boa menina. Ela é o melhor remédio que o velho Joe poderia ter. Não imagina como seu pai sorri desde que a jovem chegou.
-Ela parece... Gentil.
Michael comentou porque precisava dizer alguma coisa, e não podia simplesmente contar que me vira nua e ficara fascinado. Além do mais, não estava ali para falar sobre mim, embora, estivesse fazendo um grande esforço para não pensar nisso. Por isso mudou de assunto, retomando a questão que realmente o interessava.
-Sobre meu pai... Qual é realmente a condição dele?
O dr Evans resmungou alguma coisa incompreensível, depois se recostou na cadeira, coçando o queixo como se ainda tivesse barba que havia removido vinte anos atrás.
-Bem, ah, eu... Disse que conversou com Joe?
-Sim eu disse... -E estava cada vez mais desconfiado da atitude do velho médico. - Ele falou que estava sendo muito bem tratado por seu médico, e que eu não precisava me preocupar com nada.
-Muito bem... –Evans tentou sorrir. –O conselho me parece muito bom, Michael. É inútil se preocupar.
-Hmmm... –Michael se debruçou sobre a mesa, aproximando-se do velho doutor e cravando os olhos nos dele. Não se surpreendeu quando o dr. Evans interrompeu o contato visual, olhando primeiro para o teto, depois para a mesa e, finalmente, para a janela.
-O que está escondendo de mim, doutor?
O dr Evans sorriu e levantou-se, contornou a mesa e foi bater nas costas de Michael como se ele ainda fosse criança.
Excelente pergunta, filho. É bom constatar que continua o mesmo menino esperto que sempre foi.
-Obrigado. - Michael levantou-se e se deixou levar até a porta. –Mas ainda não me deu nenhuma resposta e...
-Não se preocupe com nada Michael seu pai está em boas mãos.
-Eu sei disso. Só queria que...
-A melhor coisa que pode fazer- Ele o interrompeu, abrindo a porta do consultório e empurrando-o para fora. - É passar mais tempo com Joe. Ele tem sentido sua falta.
-Mas o coração dele...?
Evans desviou o olhar.
-Atendo pacientes há mais tempo do que você tem de vida, Michael. Não se preocupe com o tratamento de Joe. Tenho tudo sobre controle. - Ele bateu nas costas do visitante e começou a fechar a porta. - Obrigado por ter vindo. Foi muito bom revê-lo.
Michael apoiou a mão na porta mantendo-a aberta.
-Por que tenho a sensação de que está tentando se livrar de mim?
Os olhos azuis por trás das lentes dos óculos sem armação eram a imagem da inocência.
-Que idéia absurda! Não quero me livrar de você Michael. Apenas... Preciso atender os pacientes que estão na sala de espera. Sou um homem muito ocupado.
-Hmmm... -Havia algo de errado ali, mas não sabia o que era.
-Compreendo sua preocupação, mas vai ter que confiar em mim. As coisas são como devem ser. - Ele removeu a mão de Michael e empurrou a porta. –Com licença...
Michael ficou olhando para a porta fechada. Depois, resignado, balançou a cabeça e se virou para sair.
Do outro lado da porta, Bert Evans, respirou aliviado. Com um lenço que retirou do bolso do avental branco, enxugou o suor da testa. Sabia que não havia enganado Michael, mas fizera o que estava ao seu alcance.
Mentir não era fácil para Bert, nunca fora bom nisso, no entanto, seu mais antigo amigo parecia ter nascido para trapacear e enganar.
-Joe, seu velho cretino-Ele sussurrou. - Você me deve essa.


Eu caminhava apressada pela rua principal.
Estava confusa desde a chegada de Michael. Conhecia o homem a 24 horas e ele já ocupava os meus pensamentos com uma persistência inquietante. Mas... Como não pensar nele?
Pelo amor de Deus, Cris – Cochichei- Pare com isso. Já decidiu que vai ficar longe dele. Antes que ele a demita, ou coisa parecida.
E ele poderia se quisesse. Joe provavelmente não poderia opinar. Michael era o dono do rancho. Ele sim é o meu patrão.
Com o cérebro em franca atividade atravessei a rua a caminho do supermercado. Carros iam e vinham, mas eu não os notava. Concentrada em minhas próprias tarefas, passei pela porta automática e suspirei aliviada ao sentir o frescor do ar-condicionado. O sol abrasador prometia temperaturas altas e um dia claro e seco.
Peguei um carrinho e pus a bolsa dentro dele. Quando comecei a me movimentar pela loja, percebi que uma das rodas dianteiras do carrinho estava frouxa resistindo às manobras e fazendo um ruído irritante.
-Eles já fabricaram essas coisas quebradas?- Perguntou uma voz familiar ao meu lado.
Quase cai de susto.
Virando-me, ergui os olhos... Muito... Para fitar o rosto de Michael escondido por trás de um disfarce.
Seu segurança o acompanhava um pouco mais atrás.
-Quer me matar do coração? Não tem medo de se arriscar desse jeito?
Ele balançou a cabeça, empurrou-me para o lado e segurou a barra do carrinho.
-Você é louco!
-Chamei seu nome três vezes quando a vi no estacionamento. E novamente aqui dentro- Ele revelou, empurrando o carrinho como se tivesse a certeza de que seria seguido- Quando você pegava esse excelente carrinho.
-Não ouvi- Confessei. Estivera tão ocupada pensando nele que não o vira. Michael certamente não era alguém que eu esperasse encontrar em um supermercado.
-Eu percebi.
-Mas bem que você ficou bonitinho – Falei referindo-me ao conjunto barba-bigode-boné que ele usava.
Ele encolheu os ombros e parou para pegar uma alface romana.
-O que faz aqui? –Perguntei.
-Compras, aparentemente.
-Você não é do tipo que vai às compras!
Michael sorriu.
Ele pensou melhor e pegou dois pés de alface. Em seguida foi inspecionar os feijões verdes frescos.
Balancei a cabeça enquanto o via escolher os feijões.
-Sou perfeitamente capaz de fazer isso sozinha, sabe?
Ele me encarou.
-Ei, não acha que está se tornando possessiva demais? São só feijões verdes.
Respirei fundo. Sim, era possessiva. Mas era minha vida, e ele a estava invadindo.
-Muito bem- Disse orgulhosa de meu tom calmo. –Podemos fazer compras juntos. - Retirei os feijões das mãos dele e os devolvi ao recipiente do mercado. - Como deve saber, seu pai não gosta de feijões verdes.
Michael encolheu os ombros, encarou-me e sorriu.
-Tem razão. Eu havia esquecido. Minha mãe fazia os feijões para meus irmãos e para mim, mas meu pai nunca os comia.
Também sorri, sentindo algo confortável entre nós.
-Joe gosta de couve-flor- Sugeri, tentando manter a trégua.
-E de brócolis, também!- Michael riu da lembrança, e um brilho intenso invadiu seus olhos, me roubando o fôlego.
-Devia fazer isso com mais freqüência- Comentei.
-Isso o quê? –Sem encarar-me, Michael pegou uma couve-flor e a pôs no carrinho.
-Sorrir.
Silêncio. Ele me encarou por um instante como se não soubesse o que dizer. Depois balançou a cabeça.
-Acabei de sair do consultório do dr Evans.
Caminhávamos lado a lado, escolhendo frutas, legumes e verduras, e eu temia o que ele estava prestes a revelar. O que conseguira saber com o médico.
-Não vai perguntar o que descobri?
-O que descobriu? Qual é o problema dele?
-Não faço a menor idéia.
-O quê?
-Com licença- Pediu uma mulher gorda num vestido muito justo e florido. - Se não se importam, gostaria de escolher laranjas.
-Desculpe- Michael respondeu sério, disfarçando a voz, para não ser reconhecido. Segurou o meu braço, conduziu o carrinho com a mão livre e se afastou da mulher e das laranjas. Quando parou novamente, ele me soltou e disse:- o dr. Evans não me disse nada.
-Oh, céus!- Eu disse cobrindo a boca com a mão e o encarando apavorada.
-Isso não pode ser bom. O médico não disse nada porque não queria preocupá-lo.
-Pode ser, sim, mas não é o que eu penso. Não. Está acontecendo alguma coisa.
-O que quer dizer?
-Que Joe e o dr Evans estão tramando algo, e é preciso saber o que é.
-Está dizendo que Joe pode não estar doente?
-Sim, e é preciso manter os olhos bem abertos.
-Quer que eu espione o seu pai?
-Espionar é uma palavra rude demais.
-Mas é apropriada.
Um homem pediu licença para pegar umas bananas e eu me afastei. Michael pegou meu braço novamente e, empurrando o carrinho, afastou-se da seção mais movimentada do supermercado. Não queria dar trabalho ao seu guarda-costas.
Ele olhou em volta para ter certeza que ninguém nos ouvia. Em seguida aproximou-se mais de mim e disse:
-Não estou pedindo para trair meu pai. Apenas para me auxiliar.
-Há menos de duas horas, você estava dizendo que devíamos nos manter bem longe um do outro. Agora quer que eu me alie a você contra seu pai, que eu mal conheço?
Ele passou a mão pelo rosto. Irritado segurou-me pelo braço e puxou-me para mais perto. Com o rosto dele tão perto do meu, eu respirava com dificuldade. O coração batia acelerado e eu ouvia o sangue pulsar.
As coisas mudam, Cris - Michael disse em voz baixa.- Agora eu estou pedindo a sua ajuda. Estou preocupado com Joe. Você também está.
Os olhos dele eram como uma carícia em meu rosto. Michael umedeceu os lábios, respirou fundo e soltou o ar devagar, tirando as mãos dos meus braços e recuando um passo.
-A pergunta é: Está disposta a se aliar a mim para descobrir o que está acontecendo?

continuaaa

5amor de verão Empty Re: amor de verão Sáb Fev 05, 2011 8:39 pm

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7amor de verão Empty Re: amor de verão Dom Fev 06, 2011 10:27 am

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CRIS NAO FALO MASI NADA VC SABE QUE EU SOU SUA LEITORA FIEL CONTINUAAAAAAAA....... cheers

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8amor de verão Empty amor de verão Seg Fev 07, 2011 7:12 pm

intercris


Colaborador
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CAP 5


Três dias mais tarde uma trégua desconfortável havia sido declarada. Eu tentava ficar longe do caminho de Michael, mas ele insistia em tropeçar em mim. Assim, a trégua só existia para mim.
Ele parecia estar em todos os lugares. Se ia cuidar do jardim, ele aparecia, apoiado casualmente na parede da casa, observando meus movimentos. Se ia cozinhar, ele surgia na cozinha fazendo perguntas sobre a alimentação do pai. Se ia limpar a casa, ele se mantinha disponível, como se quisesse ter certeza de que a prataria da casa não seria roubada.
Em todas as ocasiões, eu sentia aquele olhar como se fosse um toque físico.
Às vezes me sentia mais à vontade quando ele resolvia ir brincar com os seus animais de estimação, o que o deixava ocupado de uma maneira muito especial.
De fato, o único momento em que sentia não estar sendo observada era à noite, quando ia para casa. Mas mesmo ali não encontrava paz, porque meus sonhos eram habitados por ele.
Olhos escuros, boca desenhada, dedos longos e corpo esculpido milimetricamente com músculos muito sutis. Nos sonhos ele ia muito além do olhar. Ele me abraçava, beijava,saboreava, explorava meu corpo com o dele. E todas as manhãs eu acordava mais tensa do que no dia anterior.
Todos os nervos do meu corpo pareciam queimar. Uma tensão contida fazia da respiração um esforço e da pulsação uma vitória.
Com as mãos mergulhadas em água quente e espumante, terminei de lavar uma vasilha, enxagüei-a e coloquei-a no escorredor. Depois balancei a cabeça e pisquei, tentando remover dos olhos parte da sonolência constante.
-Três dias... Se isso continuar até o final, não vou sobreviver- Sussurrei.
-O quê?
Me assustei, espalhando água quente em todas as direções. A camiseta rosa estava ensopada.
-Você precisa parar de me espionar- Disse olhando firme para Michael.
Parado na porta ele sorriu.
-Teria me ouvido, se não estivesse falando sozinha.
-É claro. – Usei a ponta dos dedos para tirar a camiseta molhada do abdome, mas desisti da operação e voltei aos pratos na pia. –Antes que pergunte, Joe comeu muito bem no desjejum. Ovos, bacon, torrada e suco.
-Pacote colesterol para um paciente cardíaco. Que maravilha!
Virei para encará-lo.
Já discutimos esse assunto. Bacon, clara de ovo e torrada integral. Tudo perfeitamente saudável.
Sério, Michael entrou na cozinha e parou ao meu lado. Sem pressa, virou-se e apoiou o quadril na pia, cruzou os braços sobre o peito e disse:
-Desculpe.
-Uau! Um pedido de desculpas! Isso é muito animador!
Michael suspirou e balançou a cabeça.
-Acho que devia fazer muito mais do que simplesmente pedir desculpas, não é?
Fechei a torneira, sequei as mãos e encarei-o. Se, de repente, ele se mostrava disposto a uma boa conversa, não perderia a oportunidade.
-Está me seguindo há dias - Comecei em voz baixa, tentando banir aquela nota de acusação. -É como se estivesse querendo descobrir alguma coisa errada em mim e no que faço por seu pai. Quero saber o motivo.
O sol que penetrava pela janela iluminava meus traços, acentuando o brilho apreensivo em meus olhos.
-Porque tudo isso está me deixando maluco- Michael finalmente admitiu com ar grave. – Meu pai se nega a conversar comigo. Disse que não vai falar nada enquanto meus irmãos não estiverem aqui reunidos.
Mais irmãos Jackson para vigiar-me. Que maravilha!
-E quando será isso?
Ele se afastou da pia, pôs as mãos nos bolsos da calça e atravessou a cozinha, as solas das botas produzindo um ruído irritante contra o piso.
-Não sei.



-Não devia vir aqui sozinha.
Perdi o ritmo das braçadas. Irritada, parei de nadar, levantei a cabeça e olhei para a margem do lago. Sob a luz prateada da lua quase cheia, ele era uma imagem... Impressionante.
Passara o dia inteiro pensando nele. Não tinha importância se Michael mantinha-se fora de meu caminho, ocupado com seus animais ou com as músicas que compunha em seu estúdio.
E quando não sabia que estava sendo observado, eu aproveitava para me deliciar com a visão. Ele trabalhava como se quisesse permanecer sempre ocupado para não pensar. No calor da tarde, despira a camiseta branca e a pele macia, os músculos definidos me fascinavam.
O calor que se instalara dentro de mim naquele instante não dava sinais de arrefecimento. Durante o resto daquele dia, andara pela casa em uma névoa de luxúria. Não que estivesse confusa quanto à luxúria. Não. Ela era bem clara. Um homem lindo de olhos escuros e atormentados, voz profunda e mãos delicadas... Que mulher não arderia em chamas por ele.
A confusão resultava do fato de saber que ele também me queria... E fazia tudo para evitar-me. Mas... Não havíamos feito um pacto justamente nesse sentido? Não decidimos nos manter bem longe um do outro?
Então por que ele estava ali agora?
Movendo as pernas e os braços, me mantinha à tona enquanto o observava.
-Desde que cheguei aqui venho nadar sozinha. Nunca corri nenhum risco. Afinal a propriedade é cercada por seguranças.
-Claro!
Se íamos mesmo manter essa conversa preferia não ter que ficar dentro d’água. Nadando, aproximei-me da margem até ter certeza de que podia tocar os fundos com os pés, e então caminhei pelo solo arenoso. A água escorria por meu corpo, e eu torci bem os cabelos antes de jogá-los para trás e sair do lago, subindo a encosta e parando diante dele.
Os olhos de Michael estudaram-me demoradamente sem disfarces.
-Vejo que decidiu vestir-se, afinal
Olhei para o maiô preto antes de encará-lo novamente. Sorrindo, encolhi os ombros.
-Confesso que ultimamente tenho sido mais cuidadosa.
O humor desapareceu dos olhos dele. Michael me segurou pelos ombros, puxando-me para mais perto. Havia uma profundidade incomum em sua expressão e uma nota atormentada na voz.
-É lindo aqui- Disse, empregando um tom quase reverente.
-Sim, é- Michael concordou, sem tirar as mãos de meus ombros.
Mãos firmes me puxaram contra seu peito. Olhos que eram como um mar sob violenta tormenta buscaram os meus. Não me deixei intimidar. Firme, sustentei aquele olhar profundo e esperei, tomada de assalto por um desejo que era mais forte que tudo. Foi preciso muito esforço para desfazer o nó que se formava em minha garganta.
-Você me atrai- Ele confessou com voz rouca. - E eu evitaria esse sentimento, se pudesse.
-Eu sei.
Não era estúpida. Sabia que era um engano envolver-me com um homem cuja simples presença ameaçava meu emprego, minha vida. Mas há muito não sentia aquele... Desejo. E nunca havia conhecido um magnetismo tão forte, aquela eletricidade que percorria todo o meu corpo e despertava lugares até então adormecidos, entorpecidos.
Ele fechou os olhos e descansou a testa sobre a minha por uma fração de segundo. Uma nova onda de calor me invadiu.
-Cris... Deus me ajude... Eu não agüento mais.
Lá estava a confusão novamente.
Mas todos os sentimentos conhecidos desapareceram de repente. No instante em que sua boca se apoderou da minha, o pensamento racional deixou de existir. Só queria sentir. Ele me abraçou, e eu poderia jurar que uma nuvem de calor se desprendia da minha pele molhada.
Quando o beijo terminou, eu me senti roubada, incapaz de sustentar-me sobre as próprias pernas... E desejando mais. Todas as células estavam em estado de alerta, clamando por atenção. Eu o vi engolir em seco e respirar fundo, tentando conter idêntica voracidade.
Michael encarou-me e sussurrou:
-Isso é um erro.
-Provavelmente.
-Mas eu quero você. Mais do que deveria querer.
Ofegante, eu sorri. Ainda não conseguia superar a perplexidade provocada pelo poder daquele beijo.
-Engano ou não, Michael, também quero muito você.
-Graças a Deus...

CAP 6


Um alarme disparou na cabeça de Michael, soando tão alto que era de se estranhar que não reagisse de imediato. Devia soltar-me, recuar vários passos e passar o resto da noite tentando esquecer o sabor do meu beijo. Meu cheiro. O toque de minhas mãos.
Mas não era isso que acontecia.
Pelo contrário. O beijo se tornava mais íntimo, mais profundo. Estremeci e suspirei. Os braços entrelaçaram o pescoço de Michael, os dedos acariciavam seus cabelos, as unhas o provocavam passando pelo couro cabeludo. Um arrepio percorreu suas costas, fazendo o sangue ferver em suas veias.
O alarme soou mais alto, mas Michael ignourou-o. Não podia dar as costas para o que sentia. Não podia negar que havia aquela ânsia, aquela necessidade que, de repente, era mais forte do que tudo que já experimentara.
Um vento morno de verão nos envolveu, e Michael mergulhou mais fundo naquele poço de maravilhas chamado Cris. Levantando-me do chão, afastou-se da margem, deitou-me na grama fresca e úmida e acomodou-se sobre meu corpo macio.
Os lábios começaram a percorrer a pele úmida beijando-me a linha do queixo, o pescoço e um ombro. Ele aspirava meu perfume feminino e excitante, uma mistura de floral com água cristalina do lago. E sentia o calor crescer dentro dele.
Suspirei passando as mãos pelas costas definidas de Michael, sentindo o calor da sua pele através da camiseta. Ele estremeceu, levantou a cabeça e fitou os meus olhos, agora tão escuros quanto os dele. A lua brincava em seu rosto, acentuando o desejo estampado nele. Quando eu segurei o seu rosto entre as mãos e puxei-o para mais um beijo, Michael percebeu em meus lábios uma ternura inesperada. Uma gentileza que nos abalava mais profundamente do que a necessidade que até então se impusera.
Os dentes brincavam com o meu lábio inferior. A ponta da língua encontrou a minha, e toda delicadeza foi esquecida. Uma corrente elétrica explodiu dentro dele, roubando-lhe o fôlego e elevando o desejo a um patamar inusitado, surpreendente.
Ele gemeu e deslizou uma das mãos pela extensão do meu corpo aveludado, percorrendo cada curva, deliciando-se com o frescor do maiô molhado. Michael me tocou intimamente, e apesar do tecido que separava sua mão da carne pulsante, era possível sentir o calor que dela emanava. Passara os últimos dias pensando nesse momento. Sonhara provar o sabor de meus lábios, tragar meus suspiros.
Logo que me conhecera, eu invadi os seus pensamentos. Sim, ainda se preocupava com Joe e com as conseqüências da sua hospedagem no rancho, mas também não conseguia pensar em nada que não fosse eu. Desde o primeiro instante, desde o primeiro encontro, algo se formara entre nós. Algo quente, pulsante e vivo. Algo que nunca sentira antes. Algo em que, francamente, não queria pensar.
No momento, era suficiente ter-me nos braços. Tocar-me.
Deixei escapar um gemido provocante e arqueei as costas, o corpo buscando o toque íntimo, facilitando o acesso.
Não era o bastante.
Michael precisava de mais.
Queria mais.
Sem deixar de beijá-lo e acariciá-lo, eu usei uma das mãos para puxar sua camiseta, suspendendo-a até expor o peito liso e levemente musculoso. Os dedos tocaram sua pele e foi como se ferro em brasa a marcasse. Queria sentir minhas mãos em cada centímetro do seu corpo.
Aflito, ele se sentou, despiu a camiseta e jogou-a para o lado. Enquanto isso eu abaixava lentamente uma alça do maior, deslizando-a pelo braço. Depois sem desviar os olhos dele, repeti o processo com a outra alça.
Michael temia enlouquecer de desejo. Estava ofegante. Os meus seios debruçavam sobre o decote do maiô tentando escapar do tecido. Eu ameacei continuar me despindo, mas Michael me conteve. Com o coração aos saltos, a garganta apertada e a boca seca, segurou minha mão e murmurou:
-Eu quero despi-la.
De olhos fechados, umedecendo os lábios com a ponta da língua, me expus ao beijo prateado do luar. As linhas deixadas por um intenso bronzeado eram ainda mais nítidas na pele dourada, e ele se surpreendeu, lamentando que naquela noite eu não estivesse usando o biquíni que provocava tão excitantes desenhos.
-Preferiu um maiô... - Murmurou sorrindo.
Eu sorri e toquei o seu rosto.
-Pensei que seria mais... Seguro estar vestida, caso encontrasse alguém por aqui.
-Quer segurança?
-Não. Quero você.
-É bom saber disso.
Ele se debruçou sobre Meu corpo para beijar primeiro um seio, depois o outro.
Eu gemia
-Michael...
-Não deixei de pensar nisso desde aquela primeira noite- Ele admitiu, acariciando-me com ousadia e paixão.
-Eu também- Confessei, deslizando os dedos por seu peito e roçando as unhas nos seios túrgidos.
Michael não conseguia respirar. Precisava um mínimo de controle. Mas a batalha era inútil. Comigo despida diante dele, controle era algo em que não estava interessado. Tudo que queria, tudo que pensava, era mergulhar em meu corpo e se perder em meus segredos, cercar-se de meu calor e saciar seu desejo.
Levantou-se, tirou as botas, o jeans, a cueca e ajoelhou-se diante de mim na grama macia e úmida. Eu arfava como se estivesse a um passo de um afogamento, mas estendia os braços num convite silencioso.
Um convite que Michael aceitou sem nenhuma hesitação. Apoiado sobre os joelhos e as mãos, ele me tomou-a lentamente, deliciando-se com o calor que o envolveu.
-Oh, Michael... –Suspirei, oferecendo-me como uma deusa pagã sob a luz da lua.
Era maravilhoso, Michael admitiu para si mesmo, tomado por uma mistura de prazer e desespero. Era... Essencial.
As pernas torneadas o enlaçaram, e iniciamos uma dança lenta e cadenciada que nos levava para mais perto da loucura, para a beira de um abismo de onde jamais poderíamos voltar. Sabíamos disso, mas corremos o risco, porque saciar o desejo era premente, imperioso. Chamas nos devoravam. Juntos, escalamos uma espiral de paixão que ia se alargando em torno de nós, crescendo enquanto as necessidades de nossos corações eram atendidas. O restante do mundo deixou de existir. Éramos apenas nós dois... Envoltos por um casulo de desejo onde não existia razão, lógica ou cautela.
Perdidos na canção do vento e no canto de uma ave noturna, nós buscávamos a satisfação. A relva era a calma, o céu estrelado era o teto, e nós estávamos juntos na noite especial e mágica, perdidos em nós mesmos.
Eu olhava nos olhos de Michael enquanto me entregava e sentia aquele corpo quente clamando pelo meu, levando-me mais alto do que jamais estivera antes. Uma deliciosa fricção ia ganhando corpo dentro de mim, espalhando-se por minhas veias como champanhe transbordando da garrafa. Eu o apertava com força, braços e pernas envolvendo-o em um circulo erótico e provocante. Sentia o hálito morno em meu rosto, via a tempestade em seus olhos, e sabia que estaríamos juntos quando o temporal desabasse.
Ofegante eu me movia num ritmo primitivo, buscando um prazer que parecia estar além do alcance, além do limite da realidade. Movia-me e movia-me, tentando levá-lo mais fundo, ansiando pelo desfecho devastador que vislumbrava em algum ponto daquela estrada alucinante.
-Michael... Michael... -Minha voz rompia o silêncio.
- Venha comigo – Ele convidava com voz rouca.
-Eu... Eu... - Não sabia como definir o que sentia. Era incapaz de explicar. Só podia sentir e esperar sobreviver à explosão que se aproximava. De repente, todo meu corpo se contraiu e sofreu uma violenta convulsão. Todos os sentidos se desligaram. Havia apenas aquela sequência de espasmos que partiam do ventre e se espalhavam por todas as direções. Eu gritei tremendo de prazer e surpresa, deixando-me inundar por aquela forte mistura de angústia, aflição e alegria. Ondas de êxtase me sacudiram em uma sucessão interminável.
Trêmula, gemendo, eu ainda tive forças para apertá-lo entre os braços ao sentir a semente quente inundar-me. O gemido de Michael era um som primitivo, gutural, uma resposta ao mais imperioso chamado da vida.
Deitado sobre meu corpo, incapaz de mover-se, ele sentia o eco das batidas do meu coração em seu peito. Sabia que a intensidade do orgasmo tinha sido idêntica para mim. Reunindo forças, ele apoiou-se sobre um cotovelo para fitar-me.
-Como se sente?
Lambi os lábios, sorri e gemi ao sentir que ele ainda se movia dentro do meu corpo.
-Duvido que consiga descrever o que estou sentindo agora... Mas é bom... Muito bom...
-É ótimo saber disso- Ele riu, acompanhando seus movimentos.
-Vejo que ainda não se deu por vencido- Comentei com um tom provocante.
-Aparentemente, não. –Michael repetiu o movimento, deliciando-se com a reação imediata que provocava. Eu gemia baixinho, acompanhando-o naquela dança.
Estiquei os braços. Depois de alguns segundos levei-os acima da cabeça, estendendo-os para a relva. Era como possuir uma deusa ancestral, uma criatura da Terra. Com o luar sobre minha pele e a relva luxuriante a cercar-me, eu compunha uma imagem de rara beleza e impressionante magia.
-Cris... - Michael me beijou.
O beijo foi correspondido com ânsia e paixão, enquanto o corpo sinuoso se contorcia sob o dele.
-Michael... Vamos fazer tudo de novo, não vamos?
-Oh, sim... De novo... E de novo...
Apoiando as mãos sob minhas costas, ele me levantou enquanto se ajoelhava, posicionando-me de forma a penetrar-me mais profundamente.
Joguei a cabeça para trás, olhando para as estrelas enquanto cavalgava, tragando-o com o meu corpo e entregando-me sem reservas à paixão. Abraçando-o, girava o quadril de forma a criar uma fricção que parecia ferver no meu ventre.
Ele guiava meus movimentos com as mãos em minhas nádegas, acariciando-as e detendo-me quando sentia que a explosão final se aproximava. Queria prolongar a doce ternura, alimentá-la até torná-la única, inesquecível.
Dessa vez, quando o êxtase aconteceu, nós dois explodimos juntos e nos agarrávamos um ao outro como náufragos, sobreviventes de uma tempestade.
As horas passaram e eu não saberia dizer quanto tempo ficaria ali, com a cabeça apoiada no ombro de Michael.

-Acho que dessa vez a paralisia vai ser para sempre- murmurei.
-Espero que não-ele respondeu depois de beijar meu pescoço. – Normalmente, esse lugar fica frio no meio da noite, mesmo no verão. Poderíamos congelar aqui.
-Ora, ora... - não contive o riso. - Seria uma situação muito embaraçosa! Duas estátuas nuas e congeladas descobertas por um alguém as margens do lago...
Ele não respondeu e o meu sorriso se apagou lentamente. Com cuidado, Michael removeu-me de sobre seu corpo, despertando em mim uma intensa e desagradável sensação de perda. Sem o calor do amor, o beijo do vento gelado sobre minha pele suada, e eu não contive um arrepio.
Michael notou minha reação. Sério resgatou o vestido que eu havia usado sobre o maiô e, ao entregá-lo, sugeriu:
-É melhor vestir-se.
Intrigada, aceitei a sugestão. Sem dizer nada, vi Michael vestir-se também antes de encarar-me.
-Sinto que a magia chegou ao fim- comentei, estendendo a mão para pedir ajuda. Michael segurou-me e me pôs de pé sem nenhum esforço.
-Cris...
-Sim?
-Escute, não quero que pense que...
-Ah não! Um momento, por favor! Se vai começar a falar que isso... Que nós... Ah, enfim, que o que fizemos não teve nenhum significado especial, não perca seu tempo. Não estou esperando um pedido de casamento, nem um anel de compromisso.
-Sim, mas...
O interrompi apressada.
-E quero que saiba que não costumo me deitar com um homem que conheço há menos de uma semana. Foi apenas...
-Eu sei. Também senti algo muito forte.
-É mesmo?
Michael ofereceu um sorriso pálido.
-Você está me enlouquecendo há dias.
-Digo o mesmo de você- admiti sorrindo.
-Quero dizer, também senti coisas... Diferentes desde que nos conhecemos.
-Escute, o que quero dizer é que... Bem, não vim até aqui hoje com essa intenção. Não era esse o plano, entende?
-Sim, mas... Qual era o plano então?
- Não sei. – ele encolheu os ombros e olhou para o céu antes de encarar-me. - Acho que queria vê-la.
-Fico feliz por ter vindo.
- Eu também
O silêncio caiu pesado sobre nós. Uma coruja piou longe dali.
-Não quero magoar você, Cris. -ele disse de repente, a voz pouca mais alta que o farfalhar das folhas das árvores.
Com o coração oprimido, senti que Michael se distanciava. Havia infelicidade em seus olhos e um inegável vazio na voz, sintomas de amargura que encontravam eco em sua alma.
-O que o faz pensar que vai me magoar?
-Não podemos ficar juntos.
-Mas eu já disse... Não estou cobrando nada!
-Droga... –ele abaixou-se para pegar as botas e, quando ergueu o corpo, exibiu o rosto tenso, os olhos distantes. – Deveria ter evitado isso.
E saiu apressado, achando que seria mesmo possível.


continuaaa

9amor de verão Empty Re: amor de verão Seg Fev 07, 2011 7:29 pm

Ellen

Ellen
Admin
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Continuaaaaaaaaaaaaaaaa cheers

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10amor de verão Empty Re: amor de verão Sex Fev 11, 2011 12:56 pm

intercris


Colaborador
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CAP 6


Um alarme disparou na cabeça de Michael, soando tão alto que era de se estranhar que não reagisse de imediato. Devia soltar-me, recuar vários passos e passar o resto da noite tentando esquecer o sabor do meu beijo. Meu cheiro. O toque de minhas mãos.
Mas não era isso que acontecia.
Pelo contrário. O beijo se tornava mais íntimo, mais profundo. Estremeci e suspirei. Os braços entrelaçaram o pescoço de Michael, os dedos acariciavam seus cabelos, as unhas o provocavam passando pelo couro cabeludo. Um arrepio percorreu suas costas, fazendo o sangue ferver em suas veias.
O alarme soou mais alto, mas Michael ignourou-o. Não podia dar as costas para o que sentia. Não podia negar que havia aquela ânsia, aquela necessidade que, de repente, era mais forte do que tudo que já experimentara.
Um vento morno de verão nos envolveu, e Michael mergulhou mais fundo naquele poço de maravilhas chamado Cris. Levantando-me do chão, afastou-se da margem, deitou-me na grama fresca e úmida e acomodou-se sobre meu corpo macio.
Os lábios começaram a percorrer a pele úmida beijando-me a linha do queixo, o pescoço e um ombro. Ele aspirava meu perfume feminino e excitante, uma mistura de floral com água cristalina do lago. E sentia o calor crescer dentro dele.
Suspirei passando as mãos pelas costas definidas de Michael, sentindo o calor da sua pele através da camiseta. Ele estremeceu, levantou a cabeça e fitou os meus olhos, agora tão escuros quanto os dele. A lua brincava em seu rosto, acentuando o desejo estampado nele. Quando eu segurei o seu rosto entre as mãos e puxei-o para mais um beijo, Michael percebeu em meus lábios uma ternura inesperada. Uma gentileza que nos abalava mais profundamente do que a necessidade que até então se impusera.
Os dentes brincavam com o meu lábio inferior. A ponta da língua encontrou a minha, e toda delicadeza foi esquecida. Uma corrente elétrica explodiu dentro dele, roubando-lhe o fôlego e elevando o desejo a um patamar inusitado, surpreendente.
Ele gemeu e deslizou uma das mãos pela extensão do meu corpo aveludado, percorrendo cada curva, deliciando-se com o frescor do maiô molhado. Michael me tocou intimamente, e apesar do tecido que separava sua mão da carne pulsante, era possível sentir o calor que dela emanava. Passara os últimos dias pensando nesse momento. Sonhara provar o sabor de meus lábios, tragar meus suspiros.
Logo que me conhecera, eu invadi os seus pensamentos. Sim, ainda se preocupava com Joe e com as conseqüências da sua hospedagem no rancho, mas também não conseguia pensar em nada que não fosse eu. Desde o primeiro instante, desde o primeiro encontro, algo se formara entre nós. Algo quente, pulsante e vivo. Algo que nunca sentira antes. Algo em que, francamente, não queria pensar.
No momento, era suficiente ter-me nos braços. Tocar-me.
Deixei escapar um gemido provocante e arqueei as costas, o corpo buscando o toque íntimo, facilitando o acesso.
Não era o bastante.
Michael precisava de mais.
Queria mais.
Sem deixar de beijá-lo e acariciá-lo, eu usei uma das mãos para puxar sua camiseta, suspendendo-a até expor o peito liso e levemente musculoso. Os dedos tocaram sua pele e foi como se ferro em brasa a marcasse. Queria sentir minhas mãos em cada centímetro do seu corpo.
Aflito, ele se sentou, despiu a camiseta e jogou-a para o lado. Enquanto isso eu abaixava lentamente uma alça do maior, deslizando-a pelo braço. Depois sem desviar os olhos dele, repeti o processo com a outra alça.
Michael temia enlouquecer de desejo. Estava ofegante. Os meus seios debruçavam sobre o decote do maiô tentando escapar do tecido. Eu ameacei continuar me despindo, mas Michael me conteve. Com o coração aos saltos, a garganta apertada e a boca seca, segurou minha mão e murmurou:
-Eu quero despi-la.
De olhos fechados, umedecendo os lábios com a ponta da língua, me expus ao beijo prateado do luar. As linhas deixadas por um intenso bronzeado eram ainda mais nítidas na pele dourada, e ele se surpreendeu, lamentando que naquela noite eu não estivesse usando o biquíni que provocava tão excitantes desenhos.
-Preferiu um maiô... - Murmurou sorrindo.
Eu sorri e toquei o seu rosto.
-Pensei que seria mais... Seguro estar vestida, caso encontrasse alguém por aqui.
-Quer segurança?
-Não. Quero você.
-É bom saber disso.
Ele se debruçou sobre Meu corpo para beijar primeiro um seio, depois o outro.
Eu gemia
-Michael...
-Não deixei de pensar nisso desde aquela primeira noite- Ele admitiu, acariciando-me com ousadia e paixão.
-Eu também- Confessei, deslizando os dedos por seu peito e roçando as unhas nos seios túrgidos.
Michael não conseguia respirar. Precisava um mínimo de controle. Mas a batalha era inútil. Comigo despida diante dele, controle era algo em que não estava interessado. Tudo que queria, tudo que pensava, era mergulhar em meu corpo e se perder em meus segredos, cercar-se de meu calor e saciar seu desejo.
Levantou-se, tirou as botas, o jeans, a cueca e ajoelhou-se diante de mim na grama macia e úmida. Eu arfava como se estivesse a um passo de um afogamento, mas estendia os braços num convite silencioso.
Um convite que Michael aceitou sem nenhuma hesitação. Apoiado sobre os joelhos e as mãos, ele me tomou-a lentamente, deliciando-se com o calor que o envolveu.
-Oh, Michael... –Suspirei, oferecendo-me como uma deusa pagã sob a luz da lua.
Era maravilhoso, Michael admitiu para si mesmo, tomado por uma mistura de prazer e desespero. Era... Essencial.
As pernas torneadas o enlaçaram, e iniciamos uma dança lenta e cadenciada que nos levava para mais perto da loucura, para a beira de um abismo de onde jamais poderíamos voltar. Sabíamos disso, mas corremos o risco, porque saciar o desejo era premente, imperioso. Chamas nos devoravam. Juntos, escalamos uma espiral de paixão que ia se alargando em torno de nós, crescendo enquanto as necessidades de nossos corações eram atendidas. O restante do mundo deixou de existir. Éramos apenas nós dois... Envoltos por um casulo de desejo onde não existia razão, lógica ou cautela.
Perdidos na canção do vento e no canto de uma ave noturna, nós buscávamos a satisfação. A relva era a calma, o céu estrelado era o teto, e nós estávamos juntos na noite especial e mágica, perdidos em nós mesmos.
Eu olhava nos olhos de Michael enquanto me entregava e sentia aquele corpo quente clamando pelo meu, levando-me mais alto do que jamais estivera antes. Uma deliciosa fricção ia ganhando corpo dentro de mim, espalhando-se por minhas veias como champanhe transbordando da garrafa. Eu o apertava com força, braços e pernas envolvendo-o em um circulo erótico e provocante. Sentia o hálito morno em meu rosto, via a tempestade em seus olhos, e sabia que estaríamos juntos quando o temporal desabasse.
Ofegante eu me movia num ritmo primitivo, buscando um prazer que parecia estar além do alcance, além do limite da realidade. Movia-me e movia-me, tentando levá-lo mais fundo, ansiando pelo desfecho devastador que vislumbrava em algum ponto daquela estrada alucinante.
-Michael... Michael... -Minha voz rompia o silêncio.
- Venha comigo – Ele convidava com voz rouca.
-Eu... Eu... - Não sabia como definir o que sentia. Era incapaz de explicar. Só podia sentir e esperar sobreviver à explosão que se aproximava. De repente, todo meu corpo se contraiu e sofreu uma violenta convulsão. Todos os sentidos se desligaram. Havia apenas aquela sequência de espasmos que partiam do ventre e se espalhavam por todas as direções. Eu gritei tremendo de prazer e surpresa, deixando-me inundar por aquela forte mistura de angústia, aflição e alegria. Ondas de êxtase me sacudiram em uma sucessão interminável.
Trêmula, gemendo, eu ainda tive forças para apertá-lo entre os braços ao sentir a semente quente inundar-me. O gemido de Michael era um som primitivo, gutural, uma resposta ao mais imperioso chamado da vida.
Deitado sobre meu corpo, incapaz de mover-se, ele sentia o eco das batidas do meu coração em seu peito. Sabia que a intensidade do orgasmo tinha sido idêntica para mim. Reunindo forças, ele apoiou-se sobre um cotovelo para fitar-me.
-Como se sente?
Lambi os lábios, sorri e gemi ao sentir que ele ainda se movia dentro do meu corpo.
-Duvido que consiga descrever o que estou sentindo agora... Mas é bom... Muito bom...
-É ótimo saber disso- Ele riu, acompanhando seus movimentos.
-Vejo que ainda não se deu por vencido- Comentei com um tom provocante.
-Aparentemente, não. –Michael repetiu o movimento, deliciando-se com a reação imediata que provocava. Eu gemia baixinho, acompanhando-o naquela dança.
Estiquei os braços. Depois de alguns segundos levei-os acima da cabeça, estendendo-os para a relva. Era como possuir uma deusa ancestral, uma criatura da Terra. Com o luar sobre minha pele e a relva luxuriante a cercar-me, eu compunha uma imagem de rara beleza e impressionante magia.
-Cris... - Michael me beijou.
O beijo foi correspondido com ânsia e paixão, enquanto o corpo sinuoso se contorcia sob o dele.
-Michael... Vamos fazer tudo de novo, não vamos?
-Oh, sim... De novo... E de novo...
Apoiando as mãos sob minhas costas, ele me levantou enquanto se ajoelhava, posicionando-me de forma a penetrar-me mais profundamente.
Joguei a cabeça para trás, olhando para as estrelas enquanto cavalgava, tragando-o com o meu corpo e entregando-me sem reservas à paixão. Abraçando-o, girava o quadril de forma a criar uma fricção que parecia ferver no meu ventre.
Ele guiava meus movimentos com as mãos em minhas nádegas, acariciando-as e detendo-me quando sentia que a explosão final se aproximava. Queria prolongar a doce ternura, alimentá-la até torná-la única, inesquecível.
Dessa vez, quando o êxtase aconteceu, nós dois explodimos juntos e nos agarrávamos um ao outro como náufragos, sobreviventes de uma tempestade.
As horas passaram e eu não saberia dizer quanto tempo ficaria ali, com a cabeça apoiada no ombro de Michael.

-Acho que dessa vez a paralisia vai ser para sempre- murmurei.
-Espero que não-ele respondeu depois de beijar meu pescoço. – Normalmente, esse lugar fica frio no meio da noite, mesmo no verão. Poderíamos congelar aqui.
-Ora, ora... - não contive o riso. - Seria uma situação muito embaraçosa! Duas estátuas nuas e congeladas descobertas por um alguém as margens do lago...
Ele não respondeu e o meu sorriso se apagou lentamente. Com cuidado, Michael removeu-me de sobre seu corpo, despertando em mim uma intensa e desagradável sensação de perda. Sem o calor do amor, o beijo do vento gelado sobre minha pele suada, e eu não contive um arrepio.
Michael notou minha reação. Sério resgatou o vestido que eu havia usado sobre o maiô e, ao entregá-lo, sugeriu:
-É melhor vestir-se.
Intrigada, aceitei a sugestão. Sem dizer nada, vi Michael vestir-se também antes de encarar-me.
-Sinto que a magia chegou ao fim- comentei, estendendo a mão para pedir ajuda. Michael segurou-me e me pôs de pé sem nenhum esforço.
-Cris...
-Sim?
-Escute, não quero que pense que...
-Ah não! Um momento, por favor! Se vai começar a falar que isso... Que nós... Ah, enfim, que o que fizemos não teve nenhum significado especial, não perca seu tempo. Não estou esperando um pedido de casamento, nem um anel de compromisso.
-Sim, mas...
O interrompi apressada.
-E quero que saiba que não costumo me deitar com um homem que conheço há menos de uma semana. Foi apenas...
-Eu sei. Também senti algo muito forte.
-É mesmo?
Michael ofereceu um sorriso pálido.
-Você está me enlouquecendo há dias.
-Digo o mesmo de você- admiti sorrindo.
-Quero dizer, também senti coisas... Diferentes desde que nos conhecemos.
-Escute, o que quero dizer é que... Bem, não vim até aqui hoje com essa intenção. Não era esse o plano, entende?
-Sim, mas... Qual era o plano então?
- Não sei. – ele encolheu os ombros e olhou para o céu antes de encarar-me. - Acho que queria vê-la.
-Fico feliz por ter vindo.
- Eu também
O silêncio caiu pesado sobre nós. Uma coruja piou longe dali.
-Não quero magoar você, Cris. -ele disse de repente, a voz pouca mais alta que o farfalhar das folhas das árvores.
Com o coração oprimido, senti que Michael se distanciava. Havia infelicidade em seus olhos e um inegável vazio na voz, sintomas de amargura que encontravam eco em sua alma.
-O que o faz pensar que vai me magoar?
-Não podemos ficar juntos.
-Mas eu já disse... Não estou cobrando nada!
-Droga... –ele abaixou-se para pegar as botas e, quando ergueu o corpo, exibiu o rosto tenso, os olhos distantes. – Deveria ter evitado isso.
E saiu apressado, achando que seria mesmo possível.

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Colaborador
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CAP 7


Ao longo da semana seguinte, Joe notou uma certa mudança entre Michael e eu. Não conseguia identificar o que era, mas tinha certeza que acontecia entre nós alguma coisa que não queríamos revelar.
Era um homem velho.
Mas não era burro.
Quando a porta do quarto se abriu, Joe continuou apoiado no travesseiro e suspirou cansado, só por precaução. A luz do sol iluminava seus traços. Ele abriu um olho, viu o amigo Bert e interrompeu a encenação.
-Já era hora de aparecer!- disse, sentando-se com agilidade.
- Trouxe?
Bert franziu a testa e fechou a porta do quarto.
-Fale baixo, por favor! Sim, eu trouxe o que você queria... e foi a última vez- acrescentou, já a caminho da cama.
O rosto de Bert estava corado, e havia culpa em seus olhos azuis, uma emoção tão intensa que se tornava legível mesmo através do escudo representado pelas grossas lentes dos óculos.
-Bert, não há motivo algum para começar a perder a coragem agora- disse Joe, levantando-se.
O visitante apoiou sua valise na cama e abriu o fecho dourado com um estalido típico. Dentro da maleta tinha uma garrafa de puro malte que ele entregou ao amigo.
-Não é uma questão de coragem ou covardia, Joe. É uma questão de certo ou errado. Não gosto de mentir para Michael.
Joe também ficou sério, mas fingiu estar estudando a garrafa de uísque.
-Bem, já que tocou nesse assunto, também não gosto de mentir. Mas precisava fazer alguma coisa para me aproximar de meus filhos.
-Sim, mas agora já estar aqui. Conte a verdade.
-Ainda não.
Bert balançou a cabeça.
-Quando estava lá em baixo, notou alguma coisa entre Michael e Cris?
O médico piscou estranhando a repentina mudança de assunto, e refletiu um pouco antes de responder.
-Não. Não notei nada. Na verdade, Cris nem estava em casa.
-hum.
Joe abriu a garrafa de uísque. Ele sorveu um gole no gargalo e ofereceu ao visitante.
Bert sorriu, aceitou um pouco de uísque e provocou:
-Está com ciúmes bode velho?
-Estou de olho, Bert, estou de olho.


Eu caminhava ao longo do varal, recolhendo as roupas, dobrando-as com cuidado, depositando-as no cesto a meus pés.
Michael estava na varanda do fundo da casa apoiado em uma coluna, de óculos escuros, com o olhar fixo em mim.
Com Bert mantendo Joe ocupado no quarto, ele seguia os instintos... Que acabavam sempre por levá-lo até onde eu estava.
Não gostava de admitir, nem para si mesmo, mas era isso.Sem desejar realmente, sem se quer tentar ou se esforçar, criara uma forte ligação comigo. Já começara a se acostumar com minha presença constante. Habituara-se a ouvir-me cantar quando pensava estar sozinha. Gostava de ver como eu cuidava do seu pai com carinho e como me dedicava ao rancho.
Sem me dar conta de que ele estava ali, eu continuava recolhendo as roupas do varal. O short branco cobria uma pequena parte de minhas pernas perfeitas, e a camiseta amarela era justa e curta. Tênis brancos, velhos e gastos, completavam o traje com perfeição. Os cabelos castanhos claros estavam presos em um rabo-de–cavalo que balançava a cada movimento que eu executava.
-Se vai continuar aí parado, o mínimo que podia fazer era me ajudar a dobrar as roupas- eu disse sem virar, sem olhar em sua direção.
Michael levantou os ombros e deixou escapar um suspiro irritado. E julgar que se julgava um sujeito furtivo. Resignado, desceu os três degraus da escada da varanda e atravessou o gramado que o separava do varal.
-Como soube que eu estava ali?
Finalmente eu o encarei.
-Senti seu olhar em mim.
Ele levantou uma sobrancelha.
Eu sorri.
-Ah, está bem, eu ouvi os seus passos quando saiu. Suas botas fazem um barulho irritante contra o piso... Sem contar o suspiro cansado que ouvi há alguns instantes.
-É observadora demais - ele comentou com um tom de acusação, ajudando-me a dobrar um lençol.
-Oh, sim, eu sou-concordei, aproximando-me dele para unir minhas pontas as que estavam nas mãos dele. - Talvez por isso tenha notado que passou a semana me evitando.
A luz do sol brincava em meus cabelos, acentuando os reflexos dourados misturados aos fios castanhos. Pela primeira vez, Michael percebeu as sardas em meu nariz. Não eram muitas. Apenas algumas e bem espalhadas. O suficiente para fazer despertar na mente de um homem a idéia de contá-las com beijos.
E foi exatamente por isso que me evitara durante toda a semana, porque aquela noite no lago não saía da sua cabeça. Nunca. Nem por um instante. Porque, cada vez que respirava, sentia renovado o desejo. E ampliado.
Balançando a cabeça, ele prendeu a respiração e soltou o ar bem devagar. Maldição! Ter-me possuído deveria ser o suficiente para amenizar o desejo. Mas, em vez disso, agora sabia o que poderia encontrar em meus braços, e só com grande esforço conseguiria conter o ímpeto de repetir a experiência.
-Como eu disse. Observadora...
Em silêncio ele terminou de dobrar o lençol e o colocou sobre as outras peças do cesto. Ao vê-lo desocupado, pus uma fronha em suas mãos e retirei outra do varal.
-Hmmm- disse intrigada. - Não vai nem tentar negar a acusação?
-De que adiantaria?
-Bem, se não vai negar... Não quer ao menos me contar por que esteve me evitando?
-Sinceramente? Não-ele respondeu sem rodeios, dedicando atenção extraordinária à fronha.
-Muito bem, então, que tal se eu disser a você?
-Cris... – Michael deixou a fronha dobrada no cesto.
-Michael- eu o interrompi com firmeza- Não quer falar sobre aquela noite porque ela teve um significado muito especial para você. E isso o incomoda.
Ele ficou tenso. Sério, encarou-me e me viu recolher mais um lençol.
-Escute já disse que não quero magoá-la...
-Sim já discutimos essa questão.
-Então porque não a declaramos encerrada?
-Não posso.
-Por que não me surpreendo com isso?
Eu sorri, mais era um sorriso triste.
-É mesmo tão difícil assim admitir que aquela noite foi especial?
-Não aquela noite foi especial. Não tenho problema nenhum em admitir isso. Mas não posso oferecer mais nada.
-Eu não pedi mais nada- lembrei com um suspiro paciente.
-Sim, mas vai pedir. Faz parte de sua natureza.
Eu sorrir, e o som melodioso de minha risada o atingiu como um raio.
-Minha natureza? E como sabe tanto a respeito dela, Michael?
-Ele abriu os braços, mostrando o pátio, a casa e todo o rancho.
-Basta olhar para você, Cris! Criar ninhos faz parte de sua natureza. Posso ver daqui as cortinas que pendurou na janela da casa dos empregados. Conseguiu deixar sua marca no lugar em pouco mais de um mês.
Balancei a cabeça, e o rabo-de-cavalo enfatizou o movimento.
-Você não é o tipo de mulher que só se preocupa com o momento. Não é inconseqüente. E eu não posso fazer promessas. Não ofereço garantias.
-É tem péssima memória, ou não estaria sempre esquecendo de que não pedi nada. -aproximei-me dele e segurei o seu rosto entre as mãos, cravando meus olhos nos dele. - Qual é o problema? Acha que só os homens podem ter romances passageiros e ardentes?
Michael segurou minhas mãos, tentando conter a onda de calor provocada pelo toque inesperado.
-E a outra questão?
-Que questão?
-O risco de gravidez. – Não havíamos tomado qualquer cuidado naquela noite.
-Ainda não sei Mas não há nada que possamos fazer nesse momento, é inútil se preocupar até termos alguma certeza, seja ela qual for.
-É, acho que tem razão.
-Além do mais podemos ser cuidadosos.
A minha voz o trouxe de volta do mundo dos pensamentos, e quando olhou em meus olhos, Michael sentiu fraquejar a determinação de manter-se distante. Se tivéssemos cautela, se eu não esperasse mais do que ele podia oferecer...
Seria loucura.
Estupidez.
Maravilhoso.


CAP 8


O silêncio prolongou-se, e eu encolhi os ombros.
-Bem, preciso cuidar da roupa.
A brusca mudança de assunto o fez pensar que havia uma possibilidade de fuga, como uma trilha segura cortando um campo minado. Continuei recolhendo os lençóis, e Michael estudou o movimento sinuoso do quadril arredondado, mesmo sabendo que não devia pensar nisso. Mas era o suficiente para tentá-lo.
O tempo passava depressa.
Ele me encarou com ar pensativo, e eu tentei adivinhar qual seria o conteúdo desses pensamentos.
Mais que isso, imaginava se um dia ele me beijaria novamente. Com o coração batendo depressa e o sangue latejando nas veias, eu tive dolorosa consciência de como o ar entrava e saía dos pulmões, como labaredas de fogo lambendo minhas entranhas. A boca estava seca. A garganta parecia mais estreita do que de costume.
E ele ainda me encarava. Os olhos escuros e profundos eram como ímãs que me atraíam. Não teria sido capaz de desviar o olhar, mesmo que tivesse pensado nisso. Havia alguma coisa nesse homem que me tocava como ninguém me tocara antes.
-E... Oh, Deus, queria sentir o sabor daqueles lábios novamente!
Como se pudesse ler meus pensamentos, Michael olhou para minha boca. Tive a impressão que o estômago realizava ousadas acrobacias. Uma onda de calor se formava na metade inferior de meu corpo.
Quando Michael estendeu os braços para tocar-me, eu me adiantei e contive o ar nos pulmões, antecipando o contato daquelas mãos com minha pele.
Baixando a cabeça e aproximando o rosto do meu, ele sussurrou:
-Vamos cometer aquele mesmo erro outra vez, não vamos?
Senti o hálito morno e úmido no rosto e quase suspirei. Mas, fitando-o nos olhos, respondi:
-Sempre que pudermos. Em todas as chances que tivermos.
OS lábios tocaram os meus, e eu me senti gravitar na direção do seu corpo quente.
Os seios pressionaram o peito dele, reagindo antecipadamente ao prazer.
O beijo tornou-se mais profundo. Suspirei e me entreguei às intensas sensações que me inundavam. Deliberadamente, ignorei a voz racional que ainda sussurrava avisos tentando conter-me.
Ele me apertou com mais força contra o seu corpo, e a combinação do calor de sua pele e da tarde de verão me fez sentir a um passo de uma combustão.
Ele emitiu um suspiro rouco, primitivo, e uma de suas mãos desceu pelas minhas costas até a curva do início do quadril. Cada gesto aumentava o desejo, alimentava a paixão.
Eu o abracei, e quando Michael interrompeu o beijo para deslizar os lábios por meu pescoço, inclinei a cabeça para trás em uma oferta incondicional, os olhos voltados para o céu azul de verão. As pernas tremiam. A visão era confusa, nebulosa.
Eu adorava cada minuto da experiência.
-Ah... Com licença... -alguém disse com tom constrangido. -Desculpem-me não quero atrapalhar nada...
Oops!
O momento se desfez bruscamente. Oscilei, e Michael levantou a cabeça para ver quem havia falado. O dr Evans estava parado na varanda do fundo, evitando olhar diretamente para nós, usando um lenço para limpar as lentes dos óculos.
-Olá, doutor.
Michael afastou-se de mim. Apenas um passo, mas com grande esforço. Seu corpo estava tenso, rígido e o desejo o perturbava. Eu ajeitava as roupas e os cabelos, visivelmente constrangida.
-Só queria avisar que estou indo embora. -disse o médico guardando o lenço no bolso e devolvendo os óculos ao nariz.
-Como está Joe?- perguntei. Se a voz soava insegura, Michael foi , provavelmente, o único a notar.
O médico desceu a escada para o pátio e olhou para o relógio no pulso esquerdo.
-Ele parece estar... Melhor.
Michael o encarou intrigado. Com a luxúria ainda pulsando nas veias, mal podia controlar-se e raciocinar. Essa história toda com o pai, a doença sem nome, o incomodava muito, e aquele era um momento tão bom quanto qualquer outro para se obter algumas respostas.
-Já determinou qual é o problema, exatamente?
-Ainda não. Estou esperando o resultado de alguns exames. –ele olhou para o lado como se algo lhe chamasse atenção à esquerda de Michael. - De qualquer maneira, quero que saiba que estou no controle da situação. Não se preocupe.
-Doutor... -não havia dúvida que alguma coisa estranha estava acontecendo. Bert Evans e Joe eram amigos e parceiros em inúmeras atividades desde a juventude.Não havia nada que um não fizesse pelo outro. E essa cumplicidade podia muito bem incluir uma trapaça qualquer. E Le se aproximou do velho amigo da família e encarou-o. -Há alguma coisa que eu deva saber?
Bert deslizou um dedo pelo colarinho da camisa, como se o sentisse apertado, e engoliu em seco. Sem sustentar o olhar penetrante, ele balançou a cabeça.
-Não, nada rapaz. Tudo está como deve ser.
-Entendo... – com os braços cruzados sobre o peito, Michael afastou um pouco os pés e ficou ali parado. Esperando.
Segundos transcorreram em silêncio. Uma brisa soprou mais forte, vinda do nada, agitando as folhas das árvores em torno do pátio. O médico se movia inquieto, olhava em volta e torcia as mãos, demonstrando grande nervosismo e uma evidente necessidade de escapar.
-É mentira- Michael decretou sem nenhuma hesitação- Ele está fingindo, não é?
Bert o encarou e nem precisou dizer nada, porque Michael leu a resposta em sua expressão chocada. A culpa estava estampada em seu rosto.
-De onde tirou essa idéia?- o médico perguntou constrangido, evitando uma resposta direta.
-É simples, doutor. Se Joe estivesse tão doente como querem me fazer crer, você o teria levado para o hospital e não o trazido para cá como fez. Ou no mínimo, manteria em sua casa uma enfermeira treinada para acompanhá-lo.
-Cris está aqui, não está?
-Sim, ela tem sido muito boa para o velho, mas não é uma enfermeira treinada. Sendo assim, fico me perguntando: Joe está me enganando? Ou é você o autor da trapaça?
Bert pigarreou, coçou o queixo, depois exalou ruidosamente. Quando o silêncio se prolongou, decidi que era hora de interferir.
-Dr Evans, Joe está doente, ou não?
Mais uma vez ele repetiu o ritual que traía seu intenso nervosismo. Engoliu em seco, pigarreou, exalou, mas a conclusão foi diferente da anterior. Dessa vez, Bert admitiu:
-Nunca gostei da idéia de mentir para você, Michael. Não queria...E isso vale para você também Cris.
-Não posso acreditar no que estou ouvindo- reagi.
-Ah, mas eu posso- Michael se manifestou com ar pesaroso. - O velho me enganou para que eu permitisse que ele viesse morar em Neverland.
No mesmo instante, os olhos de Bert ganharam vida e ele ergueu os ombros, como se de repente alguém tivesse inserido uma estaca entre sua camisa e suas costas. Apontando o dedo indicador par Michael como se lidasse com uma criança rebelde que precisava ser disciplinada:
-Lamento tudo isso. Lamento, principalmente, que o velho tenha se sentido forçado a lançar mão de artimanhas para se aproximar de você- ele respirou fundo e seguiu em frente, temendo que Michael o interrompesse com uma tentativa de defesa. - Você acha correto que tenha se afastado de seu pai, quando ele já não tinha mais nada, dar-lhe as costas por todo esse tempo? Acha que foi justo o que fizeram com Joe?Baniram o próprio pai da vida de vocês!
-Não estou dando as costas para ele, apenas preciso ter minha própria vida, não quero mais que ele me conduza nem decida o que é melhor para mim, como sempre fez. -e continuou- Joe, durante todo esse tempo, criou expectativas sobre mim, sobre meus irmãos, nos roubando a infância, a adolescência e quer continuar roubando ainda mais? Até quando nos usará para satisfazer o seu ego, compensando assim o seu próprio insucesso?
-Mesmo assim, não acho que Joe tenha feito por mal. Talvez não tivessem chegado até aqui sem ele. Acha mesmo que pode censurá-lo por isso?
Sim. Podia. E se o objetivo do médico era fazer com que Michael sentisse vergonha de si mesmo, não conseguira o que queria. Ninguém podia entender o quanto perdoar Joe era difícil para Michael.
-Por mais que o ame, jamais esquecerei o que nos fez passar, o quanto fez Kate sofrer, o quanto nos perseguiu. Não tínhamos escolhas, estávamos sempre em suas mãos, de um jeito ou de outro, sempre como marionetes.
-Joe ama sua família.
A voz do médico agora soava mais suave, quase terna.
-Mas vocês têm feito Joe pagar por isso. E com solidão. Um preço alto demais para alguém da idade dele. – e insistiu- Não creio que isso seja certo.
Mas, Michael estava firme em sua decisão. Sofrera demais para esquecer. As marcas deixadas por Joe eram muito profundas. Era preciso afastar-se dele para que pudesse sobreviver aos acontecimentos terríveis de sua infância. Durante muito tempo Joe só pensara em sua comodidade. Em nenhum momento considerara como seus atos afetariam a sua vida e de seus irmãos. E esse comportamento de Joe serviu para transformá-los em que?
Que tipo de pai castigaria os filhos quando estivessem cansados, ou simplesmente pelos erros que ainda não haviam cometido, ou ainda os proibiriam de serem crianças, privando-lhes os amigos, as brincadeiras na rua. Por que os obrigaria a serem diferentes, quando o que mais queriam era serem normais? Tudo isso apenas para assegurar o próprio conforto emocional?
Cretino!
Ele passou a mão pelo rosto e virou-se, subitamente para não ter que encarar o olhar de acusação injusta do médico e amigo. Em silêncio, Michael atravessou o pátio, com passos firmes e longos e só parou quando chegou ao limite da área delimitada por cercas baixas. O sol abrasador o sol abrasador o atacava como uma fera implacável, despertando nele a sensação de estar em pé às portas do inferno, com as chamas lambendo seus pés.
Atrás dele, eu agradecia a visita de Bert que já se retirava. Michael estava indignado com o que acabara de saber e a conclusão do drama era simples: Seu pai fingiu uma doença para se aproximar, e o que era pior,, instalou-se em sua casa.
-Você está bem?
Aproximei-me pousando uma das mãos em seu ombro. O calor do toque, a gentileza da voz e minha preocupação carinhosa aliviaram o nó de sofrimento que se instalara bem no centro de seu peito.
-Não-ele admitiu, com os olhos fixos no horizonte. - Não posso dizer que estou bem.
Suspirei.
O que Joe fez não é certo. Ele não deveria ter e preocupado você e eu...
Finalmente, Michael me encarou, viu a apreensão em meu rosto e se incomodou.
-Ele não tinha o direito de enganar-me desse jeito e ainda envolvê-la nisso.
-Não está sendo duro demais com seu pai?
Michael riu, mas era uma risada amargurada.
-Eu achei que Joe já havia feito tudo que podia para me manipular, estou surpreso com essa atitude, mais uma vez só pensou em si mesmo.
Eu sabia muito bem do que ele estava falando, e compreendi que os motivos que levaram Michael à ficar tanto tempo longe do pai, eram realmente muito sérios.
-Michael...
Ele respirou profundamente, e exalou o ar em um sopro ruidoso, exasperado.
-A presença de Joe me dá medo, é como se eu visse um fantasma que trás com ele todo o meu passado sombrio. Às vezes tenho até vontade de vomitar, me sinto muito inseguro, como se eu estivesse fazendo sempre algo errado, e que a qualquer momento ele me espancará com o que tiver na mão. Não seria capaz de conviver com isso.
Seus olhos brilhavam intensamente por conta de um véu de lágrimas, e eu sabia que ele olhava para o passado, que não me via ali na sua frente, apesar de ainda manter a mão em seu ombro. Ele se afastou e passou as mãos na cabeça, ou estaria se afastando das lembranças?
-Então pedirá que Joe saia do rancho?
Ele engoliu em seco.
-Sim.
-Então na terei mais nada para fazer aqui, certo?
-Mas o seu contrato só vence no final do verão, você pode ficar um pouco mais.
-Não acho que seja necessário.
-Estou pedindo.
-Michael, só quero lhe dizer que entendo você, mas não importa o quanto vai correr, para onde vai fugir... Nunca vai conseguir escapar do seu passado.

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